O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a influência entre três diferentes tipos de tratamento de superfície de implantes: usinada, com jateamento e subtração ácida (Neoporos®) e com jateamento e subtração ácida com propriedades hidrofílicas (Acqua®) na colonização inicial e viabilidade bacteriana. Foram utilizados discos de titânio com os respectivos tratamentos fornecidos pela empresa NEODENT® (Curitiba, PR). Testes de molhabilidade por meio de goniômetro definiram o ângulo de contato (AC); a rugosidade (Ra) foi medida através de perfilômetro; a análise morfológica e composição química (EDS) foram observadas através de microscópio eletrônico de varredura com microssonda EDS acoplada. Para análise e quantificação de bactérias aderentes, uma cepa de Streptococcus mutans (ATCC 25175) foi incubada (37oC, 4h, 1X106 UFC/ml) e se utilizou a técnica de fluorescência com kit de viabilidade Live/Dead Baclight. As áreas contendo bactérias viáveis (fluorescência verde) e não-viáveis (fluorescência vermelha) foram mensuradas por meio do programa ImageJ e os resultados submetidos à análise estatística (ANOVA e Tukey). As medidas de Ra e AC foram 0,244µm e 77,54º, 1,118µm e 111,81º, 1,062µm e 44,26º para usinada, Neoporos® e Acqua®, respectivamente. A contagem de bactérias viáveis e não viáveis foi significativamente influenciada pelos tratamentos de superfície. Nas superfícies Neoporos® e Acqua®, as quais não diferiram entre si, a contagem de bactérias viáveis foi significativamente menor que na superfície usinada (p < 0,001). Por outro lado, ao se considerar o número de bactérias não viáveis nas superfícies Neoporos® e usinada, que não apresentaram diferença significativa, as contagens foram estatisticamente maiores que no grupo Acqua® (p = 0,001). Portanto, pode-se concluir que o tratamento de superfície pode influenciar a colonização e a viabilidade bacteriana.
Palavras-chave: Peri-implantite. Biofilmes. Viabilidade microbiana. Ver menos