As doenças periodontais (DPs) são consideradas multifatoriais e caracterizadas por inflamação e destruição dos tecidos de suporte dos dentes, sendo uma das principais causas de perdas dentárias. Apesar dos avanços de estudos e evolução das terapias, a DP nem sempre regride após o tratamento, uma vez que é modulada não apenas por fatores extrínsecos como o biofilme microbiano, mas também por fatores intrínsecos, como hormônios sexuais, especialmente o estrogênio. A evolução da doença é mediada por vários fatores biológicos, tais como enzimas e citocinas, dentre as quais serão estudadas as metaloproteinases de matriz do tipo 2 (MMP-2) e o fator osteoclastogênico secretado por células T ativadas (SOFAT). Este trabalho teve, portanto, o objetivo de avaliar in vitro a influência do estrogênio e do lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano na expressão gênica de SOFAT e MMP-2 em fibroblastos gengivais humanos (FG). Uma linhagem de FG foi cultivada em Meio de Eagle modificado por Dulbecco (DMEM) e tratadas com estradiol (10µM), LPS (1µg/ml) e a combinação dos dois por 12 e 24 horas. A expressão gênica de MMP-2 e SOFAT foi determinada por transcrição reversa e análise de reação em cadeia de polimerase (RT-PCR). A análise estatística foi realizada por ANOVA e teste de Tukey. Os resultados demonstraram que tanto o SOFAT quanto a MMP-2 apresentaram-se aumentados em todos os grupos em relação ao controle, especialmente o tratado com estradiol (p<0,05). Estes achados sugerem que em situações em que os níveis hormonais estão mais elevados e em desequilíbrio, como por exemplo na gravidez, tanto o estradiol quanto o LPS bacteriano estimulam a expressão de fatores deletérios ao periodonto, não só pela degradação de colágeno, mas também através de ativação de citocinas capazes de induzir a reabsorção óssea. Ver menos