A remoção parcial do tecido cariado tem sido uma alternativa de tratamento para lesões de cárie profundas uma vez que o tratamento com remoção completa de dentina cariada pode gerar exposição pulpar. O objetivo do presente estudo é avaliar a progressão ou não de lesão de cárie em metade interna de dentina de molares decíduos tratados com remoção total ou remoção parcial de tecido cariado. Treze molares decíduos de oito pacientes foram selecionados. Incluíram-se primeiros e segundos molares decíduos com lesão de cárie na face oclusal, que não apresentassem exposição pulpar, fístula, edema e mobilidade não compatível com rizólise. Radiograficamente, a lesão deveria se restringir à metade interna da dentina. Os dentes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: remoção total de tecido cariado (grupo controle n=5) ou remoção parcial de tecido cariado (grupo experimental n=8). Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica e radiográfica sendo acompanhados por um período de 6 e 12 meses. Os escores de avaliação clínica foram: retenção completa, que compreendeu o desfecho de sucesso, perda total e parcial da restauração, compreendendo o desfecho de insucesso. Os dentes foram avaliados, radiograficamente, conforme a presença ou não da progressão da lesão de cárie. As radiografias foram avaliadas por dois examinadores e os resultados apresentados através da análise descritiva. Nos dois grupos, observaram-se sinais de ausência de progressão da lesão ao exame radiográfico após 12 meses. Oitenta e sete por cento dos casos apresentou sucesso no tratamento de remoção parcial, indicando ausência da progressão da lesão de cárie nas radiografias. A avaliação clínica foi realizada por um único operador que observou, na maioria dos casos do grupo experimental (87,5%) apresentou retenção completa da restauração. Conclui-se que apesar de observar-se falhas na retenção do material, desde que seja reparado, a remoção parcial do tecido cariado em metade interna de dentina em dentes decíduos parece atuar positivamente na paralisação das lesões em seis e doze meses de acompanhamento, podendo ser considerado uma alternativa mais conservadora e dentro da filosofia de mínima intervenção. Ver menos