Mucosa mastigatória do palato é frequentemente utilizada como sítio doador em procedimentos de cirurgia plástica periodontal, reconstrução labial e palpebral, traqueoplastia, defeitos de língua e reparos de tumores orais. O propósito deste estudo foi avaliar, clinicamente, a espessura da mucosa mastigatória do palato duro em amostra coletada em 25 indivíduos que se submeteram à cirurgia plástica periodontal. Para a mensuração, foi utilizada uma sonda periodontal devidamente esterilizada. Após bloqueio anestésico, as mensurações foram obtidas em 18 pontos sangrantes. Para se obter o ponto exato das mensurações, uma linha transversal imaginária foi determinada, tomando-se como referência o 1/3 médio palatino dos dentes canino (Ca), primeiro pré-molar (P1), segundo pré-molar (P2), primeiro molar (M1), segundo molar (M2) e interproximal entre o primeiro molar e segundo molares (IM) colocando-se a sonda periodontal posicionada da seguinte maneira: Ca- extremidade da sonda periodontal alinhada no 1/3 médio com a cúspide incisiva; P1 e P2- extremidade da sonda periodontal alinhada no 1/3 médio com a cúspide palatina; M1 e M2- extremidade da sonda periodontal alinhada no 1/3 médio com a cúspide mésio-palatina; e para IM, a extremidade da sonda periodontal foi alinhada no 1/3 médio interproximal tomando-se como base a superfície de contato entre M1 e M2. Determinou-se, então, em seguida, mais três linhas imaginárias sagitais que corriam paralelas à margem gengival destes respectivos dentes, porém distantes a esta, nas medidas de 3, 8 e 12 mm, respectivamente (linha a, linha b, linha c). A mensuração da espessura da mucosa mastigatória de palato duro foi aferida com o auxílio de um paquímetro eletrônico digital. De acordo com a metodologia empregada, pudemos concluir que a espessura da mucosa mastigatória, aumenta partindo da margem gengival em direção à linha mediana; entre Ca ao P2 observou-se um aumento na espessura da mucosa, quando comparada com o M1 que é de espessura menor e que aumenta de Ca ? M2; a espessura média da mucosa foi maior na interproximal (IM), seguido pelo M2, P2, M1, P1 e Ca; a espessura média na região do M1 apresenta-se menor, quando comparada ao P2, região interproximal (IM) e M2, em função da bossa da raiz palatina; em relação ao gênero, não existe diferença significativa entre as espessuras das diversas regiões mensuradas (p=0,659) e entre as espessuras das diversas regiões e posições mensuradas (p=0,699). Ainda, pudemos concluir que entre as regiões P2 e M2, as espessuras tenderam a serem mais espessas em ambos; com referência a idade, houve um aumento na média de espessura (p<0,01), porém não estatisticamente significante entre as espessuras das diversas regiões (p=0,243) e entre as diversas regiões e posições mensuradas (p=0,420); considerando o lado do paciente, os resultados mostraram que existem diferenças significativas das diversas regiões (p<0,05) enquanto que entre as espessuras das diversas regiões e posições, não houve significancia (p=0,430). Algumas regiões têm maior variabilidade em função do lado; e a sondagem transgengival, mostrou-se um método clínico efetivo pré-cirúrgico para avaliação da espessura da mucosa mastigatória do palato duro.


Palavras-chave: Periodontia. Mucosa bucal. Cirurgia plástica. Palato duro. Ver menos