Buscou-se investigar prospectivamente uma coorte de 350 recém-nascidos com respiração exclusivamente nasal na primeira semana de vida, examinados pela autora, no Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth (Praça XV de Novembro, n° 4 - Fundos, Rio de Janeiro). Após 8 e 9 anos da primeira avaliação, a amostra incluiu 60 crianças. A pesquisa foi em relação à associação da presença de Mordida Cruzada Posterior com a presença de hábitos de sucção, padrão alimentar e aspectos orofuncionais. Um questionário foi aplicado aos responsáveis pelas crianças com perguntas sobre o histórico quanto à presença de hábitos de sucção nutritivos e não nutritivos; tempo de amamentação natural; babar no travesseiro e roncar. A avaliação clínica foi realizada por uma única examinadora. O paciente foi avaliado na recepção por meio de inspeção visual para verificar o selamento labial e na cadeira odontológica para confirmar o tipo de respiração e realizar o diagnóstico da presença de Mordida Cruzada Posterior. Foram testadas as associações entre a MCP e as seguintes variáveis: amamentação natural, hábitos de sucção não nutritivas e com os aspectos orofuncionais. A Mordida Cruzada Posterior foi encontrada em 18,4% dos sujeitos da pesquisa. A maioria das crianças (93,3%) foi amamentada no peito e destas, 55,0% por mais de um ano. O total de 91,7% das crianças tiveram alterações no padrão respiratório (71,7% apresentaram respiração oronasal e 20,0% faziam respiração oral). Pela análise de regressão logística múltipla, crianças do sexo feminino e de olhar triste/desatento tem 12,77 e 15,93 vezes mais chance de apresentar MCP (p?0,05). Conclui-se que os hábitos de sucção e alimentação não se associaram à presença de Mordida Cruzada Posterior.



Palavras-chave: Má OclusãoMordida cruzada posterior. Respiração. Amamentação
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