A instrumentação dos canais radiculares é considerada parte fundamental e crítica do tratamento endodôntico. Nessa fase o formato afunilado dos canais é almejado a fim de proporcionar o preenchimento tridimensional com os materiais obturadores. Na busca desse formato ideal, erros podem ser cometidos e prejudicar a finalização do tratamento. Para tanto, os instrumentos de Níquel e Titânio vêm sendo incorporados à prática clínica. Dentre as suas características, a elasticidade os torna mais flexíveis que ajuda a prover o preparo com mais agilidade, enquanto mimiza o transporte e as iatrogenias, principalmente em canais curvos. Atualmente a liga M-wire ganha destaque por ser tratada termicamente e permitir que os instrumentos sejam ainda mais flexíveis e resistentes à fadiga cíclica. O objetivo desse trabalho foi avaliar a capacidade de centralização e transporte de canais radiculares de molares mandibulares instrumentados com Wave One® e Protaper Next®. Para tal, foram utilizados 30 canais de molares mandibulares, com curvaturas entre 15º e 44º e raio de curvatura entre 2,1 e 5,3 mm que foram montados em blocos de acrílico e seccionados com cortadeira metalográfica de precisão em 1 mm, 3 mm e 6 mm aquém do ápice radicular. Cada hemissecção foi ampliada com esteromicroscópio em 10 vezes e a imagem capturada com câmera fotográfica digital foi importada para o software Image Tool 3.0. Os blocos foram remontados e as raízes divididas em dois grupos, de forma que houvesse homogeneidade entre mésio vestibulares e mésio linguais. Grupo 1 foi instrumentado, conforme recomendações do fabricante, com Wave One® Primary em movimentos de entrada e saída até chegar ao comprimento de trabalho. Grupo 2 instrumentado, conforme recomendações do fabricante, em movimentos de pincelamento contra as paredes, com os instrumentos X1 e X2 do sistema Protaper Next®, até alcançar o comprimento de trabalho. Cada bloco foi desmontado e as imagens das hemissecções capturadas da mesma maneira que as iniciais. A centralização e o transporte foram calculados no sentido mesial e distal, por fórmula específica e analisados por testes estatísticos dependendo do padrão da distribuição dos dados. As médias de resultados encontradas para centralização em nível apical, médio e coronal, com os sistemas Wave One e Protaper Next, respectivamente foram 0,59+/- 0,30; 0,58 +/- 0,28; 0,38 +/- 0,30 e 0,52 +/- 0,35; 0,49 +/- 0,32; 0,37 +/- 0,29. E as médias de resultados encontradas para o transporte em nível apical, médio e coronal, com os sistemas Wave One e Protaper Next, respectivamente foram 0,046 +/- 0,09; -0,24 +/- 0,102; 0,168 +/- 0,242 e 0,02 +/- 0,069; - 0,052 +/- 0,109 ; 0,13 +/- 0,204. Não houveram diferenças estatísticas no transporte e na centralização dos canais instrumentados com Wave One® e Protaper Next®. Os instrumentos testados podem ser usados com a mesma segurança para preparar os canais radiculares, mantendo-os moderadamente centralizados e com transporte mínimo para a zona de risco do canal.
Palavras-chave: Cavidade pulpar. Endodontia. Transportes.
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