Alterações da normalidade podem acometer os seios maxilares, sendo muitas vezes achados incidentais em exames imaginológicos. Dentre os exames recentes de imagem, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tem se tornado cada vez mais importante na avaliação de distúrbios sinusais e de estruturas adjacentes, por fornecer informação tridimensional (3D). O objetivo desta pesquisa foi identificar e comparar achados fortuitos em seios maxilares de indivíduos com e sem fissuras labiopalatinas em exames de TCFC realizados por prescrição odontológica. No período de maio à julho de 2014 foram avaliados 200 exames de TCFC, sendo 100 de indivíduos com fissuras labiopalatinas do arquivo da Seção de Diagnóstico Bucal do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) e 100 de indivíduos sem fissuras labiopalatinas do arquivo da Clínica de Radiologia da Faculdade São Leopoldo Mandic. Analisou-se por meio dos softwares i-CAT Vision® e XoranCAT®, respectivamente, os seios maxilares do lado direito e esquerdo quanto à presença de: espessamento da mucosa de revestimento, cisto de retenção mucoso/pseudocisto antral, velamento parcial ou total, mucocele, antrólito e corpo estranho por um único examinador. Os dados coletados foram submetidos a abordagens estatísticas descritivas e inferenciais, com nível de significância de 5%. Os resultados encontrados foram 79,0% de achados incidentais em indivíduos com fissuras labiopalatinas, enquanto 59,0% em indivíduos sem fissuras. Em indivíduos com e sem fissuras o espessamento de mucosa foi a alteração mais comumente observada, sendo esta seguida pelo cisto de retenção mucoso/pseudocisto antral e depois pelo velamento parcial. A presença destes achados não foi significamente associada ao gênero, faixa etária e localização (unilateral direito, unilateral esquerdo ou bilateral) no seio maxilar, exceto cistos/pseudocistos que em indivíduos com fissuras labiopalatinas ocorreram mais no seio maxilar lado esquerdo (p = 0,002). Nos indivíduos com fissuras, observou-se uma maior frequência de achados, quando a fissura labiopalatina era do tipo unilateral (p < 0,001). Concluiu-se que houve uma maior frequência de achados incidentais nos seios maxilares de indivíduos com fissuras labiopalatinas e do tipo unilateral; e sem distinção ao gênero, faixa etária e localização tanto em indivíduos com e sem fissuras labiopalatinas. Ver menos