O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, o efeito da aplicação de solução de clorexidina 2% (inibidor sintético de metaloproteinases - MMPs) e extrato de chá verde 2% (inibidor natural de MMPs) na resistência de união de um sistema adesivo convencional (Adper Single Bond 2) à dentina afetada por cárie, após 24 horas e seis meses de armazenamento em água, por meio de teste de microtração. Trinta terceiros molares tiveram suas faces oclusais cortadas para que houvesse a exposição de dentina. Em seguida suas raízes foram seladas com resina composta, impermeabilizados com uma camada de adesivo epóxi e outra de esmalte, deixando apenas a superfície dentinária exposta. Foram armazenados durante quinze dias em uma solução cariogênica que foi trocada a cada dois dias. Após isso, foram divididos em três grupos de acordo com o tratamento a ser realizado em dentina (n=30): NT: nenhum tratamento; CV: extrato chá verde 2%; CLX: clorexidina 2%. O sistema adesivo convencional foi aplicado de acordo com as instruções do fabricante e restaurações de resina composta foram realizadas sobre a dentina, pela técnica incremental. Os dentes restaurados foram armazenados em água destilada, a 37 °C, por 24 horas e posteriormente seccionadas perpendicularmente à interface adesiva com disco flexível diamantado montado em cortadeira elétrica de precisão definindo-se amostras em forma de "palitos", com ângulos retos e dimensões de 0,8 mm². Cada bloco dente-resina composta forneceu, em média, oito "palitos" que foram aleatoriamente divididos em dois grupos, de acordo com o tempo de espera para realização do teste de microtração: Teste dos espécimes 24 horas após a confecção da restauração; Teste dos espécimes após seis meses de armazenamento em água destilada, a 37°C. Os dados, em MPa, foram submetidos à análise de variância a dois critérios para medidas repetidas, seguido de teste de Tukey (nível de significância de 5%). Demonstrou-se que, após 24 horas, não houve diferença significativa na resistência de união nos grupos tratados com chá verde e clorexidina em relação ao grupo controle. Já após 6 meses, no grupo em que se aplicou o chá verde, obteve-se valores significativamente mais elevados de resistência de união. Conclui-se que a aplicação de inibidor natural de MMPs, extrato de chá verde 2%, foi capaz de aumentar a resistência de união em longo prazo, enquanto a aplicação de inibidor sintético de MMPs, clorexidina a 2%, foi capaz de manter a resistência de união em longo prazo assim como o controle.
Palavras-chave: Clorexidina. Extrato de chá verde. Metaloproteinases. Resistencia de união.
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