A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é um exame, com tecnologia de feixe de radiação em forma cônica, indicado para a região de cabeça e pescoço. Se houver metal na região da aquisição, o processamento da imagem está propenso a produzir artefatos que causam a perda da qualidade de diagnóstico diante das imagens adquiridas. É possível que o tipo de equipamento e a variação da miliamperagem também possam interferir na quantidade de artefato, no entanto, apenas um número reduzido de estudos tem sido realizado sobre estes assuntos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a interferência de alguns materiais metálicos utilizados em Odontologia nas imagens geradas por dois equipamentos de tomografia computadorizada de feixe cônico, o Orthophos XG 3D® (Sirona dental, Salzburg, Alemanha) e o i-CAT® (Imaging Sciences, EUA). Além da utilização dos dois equipamentos, os exames foram realizados utilizando as mínimas e máximas miliamperagens disponíveis. Foram realizados exames tomográficos de três amostras: um dente com restauração em amálgama; um dente com tratamento endodôntico, pino e núcleo metálicos e coroa metalocerâmica; e um implante dentário. As imagens foram avaliadas por três radiologistas previamente treinados. Considerando a interferência do artefato metálico, as imagens foram classificadas pelos avaliadores entre boa, regular ou ruim. Testes de Mann-Whitney foram aplicados para a análise estatística. Os resultados obtidos demostraram que, em relação aos equipamentos de TCFC utilizados, não houve diferença entre o Orthophos XG 3D® e o i-CAT® na qualidade das imagens do dente com amálgama (p = 0,095 e p = 1,000); por outro lado, o equipamento Orthophos XG 3D® apresentou qualidade de imagem superior a do i-CAT® quando a mínima miliamperagem foi empregada para os exames do dente com pino e coroa (p = 0,025) e do implante (p = 0,025). Em relação à variação da miliamperagem, no exame do dente com amálgama, a qualidade da imagem não foi afetada pela miliamperagem utilizada (p = 0,095 e p = 1,000); já para a amostra dente com pino e coroa, a qualidade da imagem foi melhor com a mínima miliamperagem no Orthophos XG 3D® (p = 0,025), entretanto, no i-CAT®, a qualidade da imagem do dente com pino e coroa não foi afetada pela miliamperagem utilizada (p = 1,000). Para o exame do implante, a variação da miliamperagem no Orthophos XG 3D® não interferiu na qualidade da imagem (p = 1,000); em contrapartida, no i-CAT®, a qualidade da imagem do implante foi melhor na miliamperagem máxima (p = 0,025). Pode-se concluir que o tipo de equipamento utilizado e a variação da miliamperagem influenciam na qualidade das imagens que apresentam artefato metálico.
Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Artefato metálico. Diagnóstico.
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