Um dos fatores essenciais para a longevidade das reabilitações protéticas, é a adaptação entre as partes que compõem o sistema: coroa, intermediário e implante osseointegrado. Dessa maneira, durante a confecção das próteses, é de suma importância atentar para os níveis de desajuste do conjunto, considerados clinicamente aceitáveis. Os micro movimentos acentuados por este desajuste, induzem tensão ao redor dos implantes, afetando a interface osso/implante, sobrecarregando o parafuso de fixação da coroa, instabilidade do sistema e consequentemente a falha do tratamento reabilitador. O objetivo deste estudo foi analisar, após ensaios de fadiga, a morfologia e afrouxamento do parafuso de fixação dos componentes intermediários utilizados em prótese cimentada, simulando um ano de uso na cavidade bucal. Para realização do estudo foram utilizados dez implantes de plataforma 4.1 mm e hexágono externo, vinte parafusos de titânio de cabeça quadrada e 10 intermediários. Os implantes foram inseridos em blocos de resina, e a partir dessa etapa, foram montados os Grupos 1 e 2. Os corpos de provas formados pelo Grupo 1 consistiam de dez conjuntos submetidos ao carregamento cíclico de 1.000.000 de ciclos. Após o ensaio de fadiga mediu-se o torque de remoção. Os parafusos usados no ensaio de fadiga foram substituídos por novos parafusos, obtendo-se então o Grupo 2. Com os novos conjuntos formados pelos implantes, pilares e parafusos do grupo 2, realizaram-se novos ensaios de aperto e desaperto dos parafusos. Nessa etapa os parafusos foram apertados e desapertados 10 vezes consecutivas, com intervalo de dez minutos entre cada aperto. Em todos os ensaios os parafusos foram apertados com 32 N.cm. Antes e após os ensaios mecânicos, os parafusos foram analisados no microscópio eletrônico de varredura (MEV) com o objetivo de verificar as possíveis variações na morfologia. Os resultados mostraram que em algumas regiões dos flancos dos filetes, houve deformação plástica oriunda do contato com a superfície do implante. O teste t de Student mostrou que não houve diferença significativa no torque de desaperto dos parafusos protéticos quando o sistema implante/intermediário foi submetido ou não à ciclagem mecânica (p=0,083). A análise de variância para medidas repetidas identificou que no grupo não submetido à ciclagem, os sucessivos apertos e desapertos dos parafusos protéticos não apresentaram efeito sobre o torque de desaperto (p=0,486). Os parafusos não apresentaram modificações na morfologia da superfície ao final da sequência de reapertos. Pode-se concluir que, os parafusos do intermediário, suportam a pré-carga gerada no aperto, de maneira a não sofrerem modificações em sua superfície e não apresentarem afrouxamento significativo, quando da verificação dos valores de remoção com o pilar protético.
Palavras-chave: Implantes dentários. Prótese dentária. Torque.
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