A consolidação da técnica para instalação de implantes dentais leva pesquisadores a se dedicarem à estudos sobre os riscos de falhas , já que a osseointegração é um processo efetivo quando em condições sistêmicas favoráveis. No entanto, o estado clínico e sistêmico do paciente candidato aos implantes dentais está diretamente relacionado ao insucesso da terapia. O avanço da idade e a presença de disfunções metabólicas como a osteoporose é comum em pacientes que procuram a opção por implantes no tratamento reabilitador. Assim, o uso de medicações para tratamento de doenças sitêmicas também deve ser investigado pelo Cirurgião Dentista. A osteoporose é um distúrbio metabólico associado ao envelhecimento que se caracteriza pela redução progressiva da densidade óssea, tornado o osso susceptível á fraturas. Esta doença pode acometer ambos os sexos, entretanto sua prevalênica é maior em mulheres na pós menopausa devido à queda na taxa de estrógeno. A reposição hormonal se mostra eficiente no controle de perda de massa óssea causado pela osteoporose, entretanto os bifosfanatos são medicamentos cada vez mais indicados para tratamento deste distúrbio metabólico. Os bifosfanatos apresentam como característica medicamentosa o efeito antireabsortivo por inibição da atividade dos osteoclastos e, por esta razão, é amplamente indicado para tratar doenças que afetam o turn over ósseo, como a osteoporose e outros distúrbios como doença de paget, displasia fibrosa e câncer metastático. Por possuir alta afinidade pela hidroxiapatita do tecido ósseo, estas medicações podem permanecer por longos períodos no esqueleto. Ocorre que desde 2003, a literatura vem relatando casos de osteonecrose maxilar associada ao uso de bifosfanatos sendo que sua ocorrência está diretamente relacionada á tratamentos cirúrgicos dento alveolares. A osteonecrose maxilar associada ao uso dos bifosfanatos (OMAB) tem como característica a presença de osso exposto necrótico, dor com presença de infecção em pacientes que fazem ou fizeram uso destas medicações. Esta complicação é atribuída á dificuldade de reparação pelo tecido ósseo avascular e extrememente mineral que o uso prolongado da medicação promove. Diante de imprevisibilidade do reparo dos tecidos periimplantares, em pacientes que usam bifosfanatos por 3 anos ou mais, a instalação de implantes dentais deve ser contraindicada. Para períodos inferiores de tratamento e ausência de outros fatores de risco como o uso concomitante de corticoerteóriodes, pode-se considerar a interrupção do uso da droga três meses antes e três meses após a cirurgia.
Palavras-chave: Implante dentário. Bisfosfonatos. Osteonecrose maxilar. Osteoporose.
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