A utilização de implantes dentários com superfícies rugosas tem demonstrado significativa melhora nos índices de sucesso da Implantodontia. Em contrapartida, as rugosidades têm sido apontadas como locais onde as bactérias se alojariam mais facilmente, contribuindo para a perda óssea marginal. No presente trabalho foi avaliada a influência da superfície de titânio lisa e nanorugosa na presença ou ausência de película adquirida na aderência das bactérias Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Streptococcus sanguinis ATCC 10904. Para esse estudo, utilizou-se 60 cicatrizadores de titânio para implantes de hexágono externo de plataforma regular 4,1 com 4 mm de altura, sendo 30 unidades com a superfície lisa e 30 unidades com tratamento de superfície nanorugosa. As bactérias foram inicialmente multiplicadas em caldo BHI (Brain Heart Infusion - Biolife, Itália) em estufa de aerobiose, por 24 horas na temperatura de 37ºC. Desse caldo foi obtido 300 microlitros e diluído em 5 ml de solução salina estéril a fim de obter uma suspensão 1 da escala McFarlandque corresponde a 3 x 108 células por ml. As peças foram então divididas em 12 grupos (n=5): 1) nano, com película, com S. aureus; 2) nano, com película, com S. sanguinis; 3) nano, com película, sem bactéria; 4) nano, sem película, com S. aureus; 5) nano, sem película, com S. sanguinis; 6) nano, sem película, sem bactéria; 7) lisa, com película, com S. aureus; 8) lisa, com película, com S. sanguinis; 9) lisa, com película, sem bactéria; 10) lisa, sem película, com S. aureus; 11) lisa, sem película, com S. sanguinis; 12) lisa, sem película, sem bactéria. As peças foram imersas em saliva clarificada por uma hora a fim de formar a película adquirida e em seguida lavadas em solução salina estéril. A seguir todas as peças foram posicionadas individualmente em poços em placa de Elisa onde foram acrescidos 250µl da bactéria e deixados por duas horas em estufa a 37ºC. As peças foram removidas e gentilmente lavadas em solução salina e coradas com Cristal de Violeta 1% por uma hora. As peças foram então gentilmente lavadas em solução salina e submersas em álcool 70% por 15 minutos. A intensidade de cristal de violeta retida na peça foi quantificada por espectrofotometria com o auxílio de um leitor de Elisa (Biotek, USA) através do programa "Gen5" com um comprimento de onda de 562 nanômetros. Os resultados mostraram que a aderência de ambas as bactérias na presença ou ausência de película adquirida foi estatísticamente maior na superfície nanorugosa. Os resultados também mostraram que na superfície nanorugosa, a presença de película causou uma aderência estatísticamente maior da bactéria S. aureus. Com os resultados obtidos nesse estudo conclui-se que a película adquirida e a alteração das características da superfície são determinantes na aderência bacteriana (S. aureus).

The use of dental implants with rough surfaces has shown significant improvement in the success rates of implant dentistry. In other way, the roughness has been identified as locations where bacterias more easily can adhere, and this can contribute to marginal bone loss. In the present study the influence of titanium nanorugose and smooth surfaces it was evaluated in the presence or absence of acquired pellicle and the adherence of bacteria Staphylococcus aureus ATCC 25923 and Streptococcus sanguinis ATCC 10904. To this in vitro study 60 titanium healing of external hexagon from regular platform 4.1 with 4 mm height was used, being 30 units with smooth surface and 30 with nanorugose treatment surface. Both bacteria were grown in BHI (Brain Heart Infusion - Biolife, Italy) for 24 hours in aerobic conditions at 37ºC. After this, 300 microliters of each bacteria were diluted in 5 ml of sterile saline solution to reach the number 1 of the McFarland scale. The pieces were divided in 12 groups (n=5). Group 1: nano, with acquired pellicle, with S. aureus; Group 2: nano, with acquired pellicle, with S. sanguinis; Group 3: nano, with acquired pellicle, without bacteria. Group 4: nano, without acquired pellicle, with S. aureus; 5) nano, without acquired pellicle, with S. sanguinis; 6) nano, without acquired pellicle, without bacteria; 7) smooth, with acquired pellicle, with S. aureus; 8) smooth, with acquired pellicle, with S. sanguinis; 9) smooth, with acquired pellicle, without bacteria; 10) smooth, without acquired pellicle, with S. aureus; 11) Smooth, without acquired pellicle, with S. sanguinis; 12) smooth, without acquired pellicle, without bacteria. The pieces were immersed in clarified saliva for 1 hour to form the acquired pellicle. After that the pieces were washed in sterile saline solution. Then all of the pieces were placed individually at Elisa plate wells and added 250 µl of bacteria for 2 hours at 37ºC. After that the pieces were removed and gently washed in saline solution. Following, it Crystal Violet 1% solution was added for 1 hour. Then, the pieces were gently removed and washed in a saline solution and immersed in alcohol 70% for 15 minutes. The intensity of Crystal Violet was quantified by spectrophotometer using an Elisa reader (Biotek, USA) through the program "Gen5" using a wavelength of 562 nm. The results showed that the adherence of both bacteria in the presence or absence of acquired pellicle were statistically higher in nanorugose surface. Also, in nanorugose surfaces the acquired pellicle induced a statistically higher adherence of S. aureus. Thus, it is possible to observe that the acquired pellicle and the change of titanium topography surfaces are determinant to the bacteria adherence (S. aureus). Ver menos