A finalidade deste trabalho foi avaliar a capacidade de selamento da guta-percha e da fita de politetrafluoretileno (PTFE), contra a penetração de Escherichia coli (E. coli) através do conduto de pilares protéticos com encaixes de hexágono externo (HE) e cone morse (CM) através de um modelo in vitro. Foram utilizados 120 conjuntos de análogos associados aos seus respectivos pilares protéticos, sendo metade de cada sistema, divididos em quatro grupos (n = 15): I - selamento com guta-percha; II - selamento com fita de PTFE; III - sem selamento e IV - controle negativo. A análise microbiológica foi realizada utilizando-se colônias de E. coli transportadas diretamente da placa de cultivo para o interior dos pilares protéticos de titânio, contaminando-se sua porção mais apical pela base, antes de serem aparafusados em seus respectivos análogos. Cada conjunto de análogo/pilar protético foi imerso em tubos de ensaio contendo 5 mL de caldo Brain-Heart Infusion (BHI) e incubados a 37 ºC durante 14 dias com verificação diária de presença de contaminação, de acordo com o turvamento do meio nutriente. Os dados observados para os dois sistemas foram submetidos a testes Q de Cochran, aplicados em cada um dos 14 dias, para verificar a existência de diferença entre os grupos. Os resultados revelaram que em todos os tempos a penetração microbiana foi influenciada pelo tipo de selamento efetuado, observando-se diferenças significativas entre os grupos (p < 0,05), sendo que em relação à guta-percha, o PTFE proporcionou aumento da presença de turvamento do meio nutriente e que sua capacidade contra a penetração microbiana foi equivalente àquela verificada no grupo em que nenhum material foi utilizado no preenchimento do conduto. Quando se comparou a capacidade de selamento em cada grupo em função do tempo nos dois sistemas (HE e CM), testes Q de Cochran revelaram que nos dois grupos selados com PTFE, houve aumento progressivo do número de meios com turbidez (p < 0,0001), enquanto no grupo selado com guta-percha, apenas no sistema CM isso foi notado (p = 0,0310). Conclui-se que o selamento do conduto do pilar protético com a guta-percha foi significativamente superior quando comparado à fita de PTFE e à ausência de selamento. Ocorre aumento progressivo da infiltração microbiológica com o tempo nos condutos dos pilares protéticos dos dois sistemas selados com fita de PTFE ou naqueles sem selamento, enquanto com o selamento de guta-percha, apenas no sistema CM isso foi observado.
Palavras-chave: Pilares protéticos. Implantes dentais. Microinfiltração bacteriana. Implante-intermediário. Guta-percha. PTFE. Microfenda.

The aim of the present study was to evaluate, through an in vitro model, the efficacy of gutta-percha and polytetrafluoroethylene (PTFE) tape to act as a seal against the penetration of Escherichia coli (E. coli) through prosthetic implant abutments with external hexagon (EH) and morse taper (MT) connections. One hundred and twenty sets of implant analogs associated to their respective prosthetic implant abutments were used. Sixty sets of each system were divided into four groups (n = 15): I - gutta-percha sealing; II - PTFE tape sealing; III - no sealing and IV - negative control. The microbiological analysis was accomplished with E. coli colonies transported directly from the cultivation plate to the interior of the titanium prosthetic implant abutments, contaminating their most apical portion before being screwed to their respective analogues. Each set of analogue/prosthetic abutment was immersed in essay tubes containing 5 mL of Brain-Heart Infusion (BHI) and incubated at 37 ºC for 14 days with daily checks for contamination, according to the turbidity of the nutrient medium. The data observed for the two systems were submitted to "Cochran Q tests", applied on each of the 14 days, to test for any differences between the groups. The results revealed that at all times microbial penetration was influenced by the type of seal. Significant differences were observed between the groups (p < 0.05), and relative to the gutta-percha, the PTFE led to an increase in turbidity and its effectiveness against microbial penetration was equivalent to the group without any sealing materials. When was compared the sealing efficacy of each group as a function of time in the two systems (EH and MT), Cochran Q tests revealed that in the two groups sealed with PTFE, there was a progressive increase in the number of turbid nutrient media (p < 0.0001), while in the group sealed with gutta-percha, this was noticed only in the MT system (p = 0.0310). The conclusion was that sealing the prosthetic implant abutment channel with gutta-percha was significantly superior to sealing it with PTFE tape or to the lack of sealing materials. Sealing with PTFE tape or no sealing leads to a progressive increase in microbiological infiltration with time in the prosthetic implant abutment channels of the two systems; and this progressive increase occurs only in the morse taper system when using gutta-percha.
Keywords: Prosthetic implant abutments. Dental implants. Bacterial microinfiltration. Intermediate-implant. Gutta-percha. PTFE. Microgap. Ver menos