O objetivo deste estudo foi analisar a expressão do receptor de fator de crescimento epidermal (EGFR) no carcinoma ex adenoma pleomórfico (CXAP) de glândulas salivares pelo método imunoistoquímico, avaliando a possível relação da expressão do EGFR na transformação maligna do AP. Foram analisados 16 casos de CXAP em diferentes graus de invasão: intracapsular, minimamente invasivo e francamente invasivo. Adenomas pleomórficos (AP) e AP remanescentes em CXAP foram utilizados como controle. A análise qualitativa foi realizada por dois examinadores independentes. A análise quantitativa foi realizada através da contagem das células nas diferentes áreas tumorais. Para isso, em cada espécime foram contadas, no mínimo, 500 células, em aumento de 400X, obtidas de quatro campos aleatórios, com análise das imagens assistida por computador. Foram registradas as células positivas nas diferentes áreas, incluindo áreas in situ e periféricas dos tumores intracapsulares e minimamente invasivos e carcinomas francamente invasivos com componente epitelial e/ ou mioepitelial. Os resultados foram apresentados como porcentagem de células e/ ou núcleos positivos. O EGFR esteve presente no citoplasma e foi observado em alguns núcleos. Os CXAP intracapsulares e minimamente invasivos expressaram o EGFR na maioria das células luminais malignas das áreas in situ e da periferia tumoral (70,32% e 81,38%, respectivamente). Nos subtipos francamente invasivos com diferenciação epitelial, a porcentagem de expressão foi 91,61%, tanto nas regiões de blocos como nas regiões de ilhas e ninhos. Nos subtipos invasivos com diferenciação mioepitelial houve expressão do EGFR em 99,69% das células. A imunoexpressão do EGFR aumentou com a evolução tumoral, e mostrou-se um fator importante tanto na transformação maligna do AP como na progressão do CXAP. Sua presença nas áreas periféricas do CXAP nos leva à hipótese de que o receptor esteja envolvido no processo de invasão, o que requer maiores investigações.
Palavras-chave: EGFR. Carcinoma ex adenoma pleomórfico. Imunoistoquímica.
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