O presente trabalho avaliou, por meio de telerradiografias em norma lateral da cabeça, a associação entre o padrão facial (Índice Vert) e a direção de crescimento da face definida pela porcentagem de Jarabak. Também foi realizada a comparação da inclinação do plano oclusal funcional proposta pela análise cefalométrica de Ricketts com o padrão facial e direção de crescimento. Foram utilizadas 150 (cento e cinqüenta) telerradiografias em norma lateral da cabeça (75 do gênero masculino e 75 do gênero feminino), de indivíduos brasileiros residentes na região de Belo Horizonte, com idade entre 11 e 16 anos (média 13,1), que apresentavam indicação para tratamento ortodôntico. Após sua obtenção, foi realizado o desenho anatômico e traçado cefalométrico manual da análise de Ricketts. Utilizando o índice Vert proposto nesta análise, foi determinado o padrão facial para cada paciente: mesofacial, dolicofacial e braquifacial e a inclinação do plano oclusal funcional, que compreende uma linha que passa pela intercuspidação dos primeiros molares permanentes e dos molares decíduos ou dos primeiros pré-molares. Foi traçada a análise cefalométrica preconizada por Jarabak, determinando a direção de crescimento da face para cada paciente: horário, anti-horário e neutro. A amostra foi separada de acordo com os tipos faciais respeitando uma distribuição de 25 dolicofaciais, 25 mesofaciais e 25 braquifaciais para cada gênero. Utilizando-se o teste Exato de Fisher, foi avaliada a associação entre o padrão facial e a direção de crescimento da face. Para a comparação da inclinação do plano oclusal entre os diferentes padrões faciais e direção de crescimento, foi utilizada análise de variância One way e teste de Tukey (significância de 5%). Os resultados mostraram que quando associado a direção de crescimento da face em função do padrão facial, houve equilíbrio entre o sentido de crescimento horário e anti-horário nos pacientes dolicofaciais. Observou-se diferença significativa na média da inclinação do plano oclusal em função do padrão facial, onde os pacientes dolicofaciais apresentaram inclinação do plano oclusal maior em média, diminuindo para meso e braquifaciais respectivamente. A inclinação do plano oclusal foi maior para os pacientes com direção de crescimento horário, porém houve semelhança em graus para os pacientes que apresentaram direção de crescimento neutra e anti-horária. Concluiu-se que apenas existe diferença significativa entre a inclinação do plano oclusal e o padrão facial de Ricketts. Portanto o plano oclusal pode ser utilizado como diagnóstico diferencial cefalométrico em pacientes que não apresentam associação entre padrão facial de Ricketts e a direção de crescimento da face, definida pela porcentagem de Jarabak.
Palavras-chave: Análise Cefalométrica de Ricketts. Plano Oclusal Funcional. Análise Cefalométrica de Jarabak. Crescimento facial. Ver menos