Realizou-se um estudo epidemiológico caso-controle, cujo objetivo foi estudar a associação entre a doença periodontal e a pneumonia adquirida na comunidade, em pacientes internados em oito hospitais da Fundação Municipal de Saúde da cidade de Teresina-PI. Os grupos foram compostos por 140 indivíduos cujas idades variavam entre 18 e 75 anos de idade, 70 com diagnóstico clínico e radiográfico de pneumonia (grupo caso) e 70 com diagnóstico de outras manifestações sistêmicas, porém, não do sistema respiratório (grupo controle) e foram examinados entre os meses de fevereiro de 2006 e abril de 2007. Em observância aos aspectos éticos legais, essa pesquisa foi submetida à aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Municipal de Saúde da cidade de Teresina-PI, em consonância com os requisitos da resolução 196/1996 e complementares. As informações sobre dados pessoais, demográficos, estado de saúde e diagnóstico do paciente foram obtidas através das respostas a um questionário e a anotações dos dados do prontuário do mesmo no referido hospital. O exame clínico foi realizado por um único examinador e o diagnóstico da periodontite foi estabelecido por meio da avaliação da perda de inserção clínica, profundidade de bolsa, presença ou não de sangramento e placa bacteriana. Os resultados demonstraram que a placa esteve presente nos dois grupos, 98,6% no grupo controle e 97,1% no grupo caso. Na variável, perda de inserção e sangramento, os grupos apresentaram diferenças significativas (p 0,05). A perda de inserção foi de 1,99 2,23 no grupo controle e de 3,16 2,42 no grupo caso (p 0,05); o índice de sangramento foi de 0,25 0,24 e 0,33 0,24 respectivamente (p 0,05). Com relação à gravidade da doença periodontal, pacientes que apresentaram periodontite de moderada a avançada tiveram um risco 3,6 vezes maior de apresentar pneumonia, quando este risco foi ajustado para idade, etnia, gênero fumo e renda, esta estimativa de risco passou para 4,4 vezes maior (IC 95%). Com relação à extensão e gravidade, 8,6% (grupo controle) apresentaram periodontite grave generalizada e 30% dos casos apresentaram o mesmo diagnóstico (p = 0,0481). Com isso, pacientes com doença periodontal grave generalizada têm o risco estimado em 8,2 vezes maior de ter pneumonia (casos) que os saudáveis (controle), podendo essa estimativa de risco variar entre 2,2 e 30,5 (p = 0,0481). Assim, sugere-se que o tratamento periodontal, quando necessário, venha fazer parte de um protocolo de procedimentos médico-odontológicos em pacientes portadores de pneumonia adquirida na comunidade.
Palavras-chave: Doença periodontal. Periodontite. Doenças respiratórias. Pneumonia adquirida na comunidade.
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