O tratamento cirúrgico das fraturas faciais tem sido aprimorado nas últimas décadas. Foi derivado dos estudos e princípios da ortopedia, por volta do meio do século 20. Devido às peculiaridades dos ossos da face, como ação da musculatura mastigatória, cuticular e corformação anatômica com pilares de resistência interagindo e influenciando no resultado da estabilidade e nas complicações, torna-se independente. Atualmente, existem duas filosofias de fixação: o método Arbeitsgemeinschaft fur Osteosynthesefragen / Association for the Study of Internal Fixation (AO/ASIF) e o de Michelet / Champy. O método desenvolvido por Michelet e embasado experimentalmente por Lodde consiste no uso de placas maleáveis posicionadas em pontos estratégicos da mandíbula, como forma de contrapor-se às forças funcionais normais. Como esses locais são próximos às raízes dentárias e ao feixe vásculo nervoso alveolar inferior, os parafusos utilizados são monocorticais. O outro método, preconizado por Spiessl, baseia-se no preceito do uso de compressão e estabilidade absoluta para obter reparação óssea primária sem formação de calo ósseo. Para que isso fosse possível, utilizaram parafusos bicorticais que somente podem ser colocados na base da mandíbula para não lesar as raízes e o feixe vásculo nervoso. As placas e parafusos utilizados nesse método são mais fortes e resistentes do que os utilizados por Champy. O questionamento quanto aos métodos não se refere aos preceitos fisiológicos e biomecânica mandibular, mas sim à preocupação de verificar se a estabilidade absoluta de um mais benéfica que a maleabilidade do outro nas fraturas de ângulo mandibular. A revisão de literatura permite concluir que não existe método pior ou melhor, mas sim o mais indicado para determinada situação, como na presença de infecção ou de dentes adjacentes ao traço de fratura, e de acordo com a classificação se simples, múltiplas ou cominutivas.
Palavras-chave: Fratura de ângulo mandibular. Métodos de fixação. AO/ASIF. Miniplacas de Champy. Ver menos