A crescente demanda por tratamento ortodôntico em adultos leva à necessidade de se obter dados sobre prevalência de má oclusão, bem como de se avaliar a percepção da estética e da função desses pacientes. O propósito do presente estudo foi avaliar esses dados em soldados da Polícia Militar no Estado do Mato Grosso. Para tanto, obteve-se uma amostra de 161 indivíduos com idade entre 20 e 30 anos, que não sofreram tratamento ortodôntico ou extrações de 2 ou mais dentes, exceto dos terceiros molares. Foram realizados exames clínicos e preenchidas 2 fichas referentes a oclusão e estética dentária. Em seguida, os indivíduos responderam a um questionário quanto à percepção da estética e da função. Os resultados revelaram que 94,4% dos entrevistados apresentaram algum tipo de má oclusão, sendo que, pela classificação de Andrews, a Classe I predominou em 41% dos indivíduos, as más oclusões do tipo transversal corresponderam a 32,9% e as más oclusões do tipo vertical a 14,9%. Da análise estética, foi constatado que 62,1% possuem algum dente ausente. Quanto à percepção da própria estética e função, 80,1% responderam que gostam do próprio sorriso, 76,4% gostam dos lábios quando não estão sorrindo, 71,4% gostam do próprio perfil e 44,1% estão satisfeitos com a posição dos dentes; porém, 79,5% acham que necessitam de tratamento ortodôntico. Não houve associações significativas entre má oclusão e dificuldade ao mastigar ou falar. Com relação aos indivíduos que apresentaram sobressaliência, houve uma diminuição da satisfação quanto à estética e, dos indivíduos que apresentaram apinhamento superior, 73,2% se mostraram insatisfeitos com a posição dos dentes.
Palavras-chaves: Má oclusão. Prevalência. Autopercepção. Ver menos