A mordida cruzada é uma desarmonia oclusal presente em uma parcela da população, de etiologia variável, podendo estar presente na dentição decídua, permanente ou em ambas. A mudança nos padrões oclusais normais pode induzir o desenvolvimento de hábitos mastigatórios levando a hiperfunção de alguns músculos mastigatórios e a hipofunção de outros, podendo ou não interferir no padrão normal do desenvolvimento facial. Este estudo objetivou avaliar a presença ou não de assimetria no ramo mandibular e corpo mandibular decorrentes da mordida cruzada posterior unilateral. A assimetria foi mensurada em radiografias panorâmicas (ortopantomografia) e comparado os lados direito e esquerdo do próprio paciente. A amostra constou de trinta pacientes adultos com idade de 18 a 42 anos de idade (dez do gênero masculino e vinte do gênero feminino) com mordida cruzada posterior unilateral que não foram submetidos à intervenção ortodôntica. Foram consideradas assimetrias as diferenças iguais ou maiores a 3 mm quando comparados os lados direito e esquerdo de cada paciente. Os resultados indicaram a presença significante de assimetria. A maior incidência de assimetria se deu ao nível de corpo mandibular e este normalmente era maior do lado oposto ao da mordida cruzada. O ramo mandibular não contribuiu significativamente para a assimetria mandibular, mas toda vez que o paciente apresentava assimetria na largura do ramo esta sempre vinha acompanhada de assimetria na altura do ramo e/ou comprimento do corpo mandibular. Os pacientes dolicofaciais foram os que apresentaram maior incidência de assimetria, mas a assimetria era mais evidente em pacientes braquifaciais pois foram os únicos que apresentaram assimetria nas três variáveis analisadas (altura e largura do ramo mandibular e comprimento do corpo mandibular).
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