Nas últimas duas décadas, a respiração bucal tem sido tratada como uma alteração que conduz à necessidade de atuação multi e interdisciplinar entre os profissionais da área de saúde. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a forma de respiração (nasal ou bucal), postura labial e a interposição lingual do recém-nascido de até uma semana de vida. Foram selecionados 350 recém-nascidos com função cardiopulmonar dentro da normalidade, atendidos em uma maternidade do município do Rio de Janeiro. Os métodos utilizados para a coleta dos dados foram: espelho nasal milimetrado de Altmann modificado pela autora, para avaliação do modo de respiração e fotografias digitais da face do bebê (frente e perfil), para verificação e registro da postura dos lábios e da língua. Os resultados foram analisados de forma descritiva e revelaram que todos os 350 bebês (100%) apresentaram respiração nasal; 62 (17,5%) apresentaram ausência de selamento labial e 30 (8,5%) com interposição lingual. O grupo com ausência de selamento labial, quando estimulados a manter os lábios fechados, permaneceram com este vedamento. Sendo assim, os resultados do presente estudo corroboram a literatura revisada, pois os bebês normais apresentaram respiração nasal, podendo, contudo, desenvolver a síndrome da respiração bucal em decorrência de fatores epigenéticos. Portanto, é fundamental a atenção especial promovida pelos profissionais da área de saúde que mantém os primeiros contatos com pais e/ou responsáveis por recém-nascidos, ao fornecer orientações sobre como manter suas narinas desobstruídas e seus lábios em contato, estimulando assim a preservação e a manutenção da respiração nasal. Ver menos