A extração de incisivos inferiores, embora não seja uma prática comum, constitui uma alternativa para a correção do apinhamento ântero inferior. A instituição de terapias com a extração desses dentes deve ser norteada por critérios que incluam a seleção de casos específicos onde à extração de um único incisivo inferior pode ser considerada a melhor solução, tanto em termos de estabilidade como em relação às características faciais do pré e pós-tratamento ortodôntico. A extração de um incisivo inferior pode ser adotada nos casos que apresentem discrepância negativa no tamanho do arco dentário na região anterior, agenesia do incisivo lateral superior, apinhamento severo e tendência à Classe III. É contra indicada na presença de apinhamento mínimo com aumento do trespasse horizontal e vertical, irregularidade na papila e na impossibilidade de desgastes interproximais nos incisivos superiores. Na seleção de indivíduos para a extração de incisivo inferior é importante calcular a discrepância de modelo, considerar a distância intercaninos, restabelecer saúde gengival, avaliar como os dentes superiores ocluem com os inferiores e se os caninos estão em relação de Classe I. A facilidade de execução e obtenção do paralelismo entre raízes, a eliminação da necessidade de desgastes dos incisivos inferiores e da extração de pré-molares, além da minimização da recidiva e o controle do aumento da distância intercaninos, são apontados como vantagens do tratamento que inclui a extração de incisivo inferior. A discrepância do volume dentário na arcada superior é uma desvantagem, assim como o inconveniente estético momentâneo e a falta de coincidência da linha média dentária. A indicação de extração do incisivo inferior quando bem diagnosticada e corretamente conduzida possibilita a correção do apinhamento dentário ântero inferior com a mesma estabilidade proporcionada pela extração de pré-molares.

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