A realização de constantes estudos epidemiológicos, de uma forma cada vez mais atualizada e padronizada, é de grande importância uma vez que servem como modelo para a estruturação dos serviços particulares, governamentais e programas de saúde bucais prestados a população. Com esse intuito e com o objetivo de verificar a prevalência da oclusão normal bem como o comportamento e distribuição das maloclusões na dentição mista e permanente das crianças matriculadas em escolas da rede pública e privada do município de Pelotas-RS, foi realizado esta pesquisa epidemiológica, abrangendo uma amostra de 532 crianças, dos 10 aos 17 anos de idade. Através de exames clínicos foram preenchidas fichas avaliando a classificação das maloclusões, tendo como base a classificação de Angle, bem como aspectos relacionados com as alterações de tecido mole, de perfil, de musculatura, mordidas cruzadas, posicionamento de língua, hábitos bucais deletérios, entre outros. Os resultados mostraram que 66,2% dos estudantes são portadores de maloclusões. A relação molar, segundo a classificação de Angle, teve a Classe I como à relação predominante com 45,5%, seguidos da Classe II com 41,5% e Classe III com 13%. A higiene bucal boa e condição dentária satisfatória tiveram níveis altos de prevalência com 75,6% e 77,6% respectivamente. Quanto aos hábitos bucais deletérios a onicofagia teve um índice elevado com 53,2% e o hábito de succionar o dedo apenas 0,2%. A prevalência do apinhamento dentário esteve presente em ambos os arcos sendo maior no arco inferior 59,2% do que no arco superior 56,2%. Não foram encontradas evidencias estatísticas de associação da maloclusão com o gênero bem como de associação de gênero e faixa etária com os demais itens.
Palavras-chave: Ortodontia. Maloclusão. Epidemiologia. Prevalência. Ver menos