O presente estudo teve por objetivo avaliar o conhecimento de gestantes em atendimento de pré-natal sobre a saúde bucal do bebê e avaliar sua associação com o risco familiar. Foi desenvolvido um estudo observacional, transversal, em uma amostra representativa de 211 atendidas nas unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) de Mariana/MG. A coleta de dados ocorreu no período de dezembro de 2021 a junho de 2022, durante as consultas do pré-natal por meio de um questionário autoaplicado relacionado ao perfil sociodemográfico (11 questões: idade, cor, ocupação, renda familiar, escolaridade, situação conjugal, número de filhos, quantidade de filhos que já amamentou, idade gestacional, número de consultas de pré-natal já realizadas e contato com o dentista durante a gestação) e outro questionário contendo 13 questões sobre conhecimento dos cuidados de saúde bucal do bebê (aleitamento materno, hábitos bucais e higiene oral) e 01 questão aberta referente ao período da amamentação). As gestantes foram avaliadas de acordo com o conhecimento categorizado em: baixo (0-3 acertos), moderado (4-8 acertos) e alto (9-13 acertos). Além disso, o risco familiar foi avaliado considerado a aplicação da Escala de Risco Familiar de Coelho-Savassi, utilizando dados disponibilizados na ficha A do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), sendo classificadas em: sem risco (0 a 4), risco menor (5 e 6), médio (7 e 8) ou máximo (acima de 9 pontos). Realizou-se a análise descritiva da amostra, sumarizando os dados demográficos da população incluída, além das medidas de frequência, tendência central e dispersão das respostas relacionadas ao conhecimento sobre cuidados e saúde bucal dos bebês. Posteriormente, verificou-se as associações de variáveis sociodemográficas com as perguntas e classificação sobre conhecimento e risco familiar através do teste Exato de Fisher. Foram avaliadas 182 gestantes representando um total de (86,3%). A maioria das gestantes tem renda de até dois salários-mínimos (86,8%), ensino médio completo ou incompleto (72,0%), são casadas ou em união consensual (62,7%) e eram primíparas (47,8%). Observa-se ainda que as gestantes não tiveram contato com dentista na gestação (36,8%) e estavam no 3º trimestre da gestação (40,7%). Em relação ao conhecimento, apresentam conhecimento moderado sobre cuidados e saúde bucal do bebê (74,7%). Em relação ao risco familiar observou-se que a maioria não apresentou nenhum risco (76,9%). As questões que mais acertaram foram as relativas ao tempo de amamentação (78,6%) e quando pretendem oferecer outros alimentos além do leite materno (73,1%). A questão relativa a como pretende fazer higiene bucal do bebê não teve acerto. Não houve associação significativa (p>0,05) entre a presença de risco familiar e o conhecimento sobre cuidados e saúde bucal do bebê. Pode-se concluir que a maioria das gestantes apresentou um conhecimento moderado em relação aos cuidados e saúde bucal do bebê e todas as gestantes desconhecem a forma ideal de realizar a higienização bucal do bebê. As maiores dúvidas foram relacionados ao uso da chupeta, mamadeira e início da higienização da cavidade bucal. O risco familiar não influenciou no conhecimento em saúde bucal na primeira infância. Ver menos