A estratégia multimodal na Odontologia é uma ferramenta que permite associar drogas sedativas como a dexmedetomidina, a cetamina e o midazolam na intenção de potencializar a eficácia do tratamento odontológico em nível ambulatorial, reduzindo o estresse, o medo e a ansiedade dos pacientes, assim como a redução dos efeitos colaterais. O Midazolam, droga sedativa hipnótica de início rápido, pertence à classe dos benzodiazepínicos e está entre as mais prescritas entre os cirurgiões-dentistas para o controle comportamental durante o tratamento odontológico. Promove relaxamento muscular, com ação anticonvulsivante. Apesar da ampla margem de segurança entre dose terapêutica e tóxica , o paciente pode apresentar como efeitos colaterais, em níveis mais profundos de sedação, hipoventilação, obstrução das vias aéreas, hipóxia e hipotensão, além de soluço (relaxamento acentuado do diafragma) e náuseas. Interage com outras medicações que atuam no Sistema Nervoso Central e em casos raros (em média 2%) podem apresentar reações paradoxais como, alucinações, agressividade e comportamento hostil. A Dexmedetomidina, apresenta ação ansiolítica, hipnótica, sedativa, analgésica, e simpatolítica, além do comprometimento da memória e da cognição. A mesma diminui a estimulação simpática e a resposta ao estresse cirúrgico, com rápido início de ação, e ausência de depressão respiratória. Hemodinamicamente estável, com baixa incidência de efeitos colaterais e sinergismo com outras drogas anestésicas. A bradicardia e a hipotensão, podem estar presentes. E a maior desvantagem é a inexistência, até o momento, de droga reversora para as suas ações terapêuticas e sedativas. A cetamina, é um anestésico dissociativo que impede a transmissão dos impulsos sensoriais, com ação analgésica, broncodilatadora, simpatoestimuladora e que mantém a respiração espontânea e os reflexos protetivos intactos, assim como o reflexo laríngeo, o tônus muscular e a estabilidade cardiovascular. Promove a amnésia anterógrada. Como efeitos colaterais, a droga pode apresentar nistagmo, salivação excessiva, agitação ao despertar, náusea, vômito, ataxia, apnéia transitória não devendo ser usado como agente único de sedação devido aos efeitos psicológicos negativos. É contra-indicado para pacientes com cardiopatias, patologias pulmonares ativas e anomalias do Sistema Nervoso Central. A presente revisão de literatura nos leva a acreditar que a associação dessas drogas, quando bem indicada e em baixas doses, é eficaz no tratamento odontológico de pacientes com necessidades especiais. Apresentando baixa incidência de efeitos colaterais graves, comprometendo a estabilidade hemodinâmica do paciente. Como vantagens podemos observar a ausência de depressão respiratória, a analgesia pós-operatória e a sua rápida recuperação. Tornando a sedação odontológica ambulatorial mais efetiva, segura e acessível aos pacientes que precisam deste recurso para conseguir realizar o tratamento odontológico. Importante reforçar que a técnica deve ser executada por profissional capacitado e treinado, em ambiente adequado e equipado com suporte básico de vida, ou seja, o paciente necessita estar monitorado durante todo o procedimento odontológico sob sedação. Ver menos