O objetivo deste trabalho foi avaliar, retrospectivamente, por uma média de 9 anos (entre 5 e 15 anos), a longevidade e o impacto na qualidade de vida em pacientes portadores de próteses totais implantossuportadas com infraestrutura em forma de viga I. A amostra foi composta por 13 pacientes, os quais foram reabilitados com 21 próteses totais implantossuportadas com infraestrutura em forma de viga I. Foram coletados dados dos prontuários dos pacientes com vistas a identificar o gênero, idade, tempo de acompanhamento, número e localização de implantes e reabilitações protéticas realizadas. Os pacientes foram submetidos à tomada radiográfica periapical de boca inteira, e submetidos às análises visual, clínica e sondagem clínica para verificar a presença de sangramento peri-implantar. Todas as análises foram realizadas com vistas à identificação dos seguintes quesitos: 1) fratura de barra; 2) fratura de dente ou acrílico; 3) higiene na prótese; 4) saúde peri-implantar; 5) perda óssea, e 6) afrouxamento ou fratura do parafuso dos minipilares ou da prótese. Os pacientes também foram solicitados a responderem ao questionário OHIP-14. Os dados foram tratados estatisticamente por meio de análises quantitativo-descritivas e pelo teste não-paramétrico de Mann-Whitney, com nível de significância a 5%. Os pacientes apresentaram idade média de 66,3 (± 9,2) anos, com prevalência para o gênero feminino (n = 7), cuja média de acompanhamento desde a instalação dos implantes foi de 8,9 anos, e desde a instalação da prótese definitiva foi de 8,3 anos. No total foram avaliadas 21 reabilitações, 33 implantes instalados em mandíbula e 57 em maxila, havendo prevalência de protocolos suportados por quatro implantes, os quais foram instalados após, em média, 6,8 dias. A higiene foi considerada ruim em 54% dos pacientes, embora apenas um paciente tenha apresentado saúde peri-implantar ruim. Sangramento à sondagem foi observado em três pacientes. Obteve-se um índice de sucesso dos implantes de 98,9%, havendo perda óssea em dois pacientes. Não foi constatado afrouxamento ou fratura do parafuso dos minipilares ou da prótese em nenhum dos pacientes, assim como da barra ou dos parafusos. Houve fratura de sete dentes de acrílico (2,8%), em quatro próteses (19%). Ao OHIP-14, nenhum dos pacientes relatou impacto negativo na sua qualidade de vida relacionada à saúde bucal em decorrência da reabilitação implantossuportada realizada. O teste não-paramétrico de Mann-Whitney não apresentou (p > 0,05) diferenças estatisticamente significativas para nenhuma das variáveis independentes quando correlacionadas à qualidade de vida relacionada à saúde estabelecida pelo OHIP-14 total ou pelos seus domínios. Concluiu-se que, após um período médio de nove anos, as próteses totais implantossuportadas com infraestrutura em forma de viga I apresentaram ótima longevidade, possibilitando o alcance do sucesso na reabilitação bucal de todos os pacientes nos quais foi utilizada.
Palavras-chave: Implantes Dentários. Prótese Sobre Implante. Infraestrutura em forma de viga I. Longevidade. Ver menos