A técnica de adesão à dentina úmida é recomendada como padrão para sistemas adesivos convencionais, no entanto, por ser subjetiva, existe sensibilidade técnica, que pode criar excesso de água na camada híbrida, prejudicando sua longevidade. O extrato de chá verde (ECV) tem sido descrito como agente reticulador do colágeno, e sua aplicação após condicionamento ácido pode aumentar a resistência mecânica da matriz dentinária, possibilitando a secagem completa da dentina, sem que haja colabamento das fibrilas. O objetivo do presente estudo foi avaliar, in vitro, o efeito do pré-tratamento (PT) dentinário com ECV na estabilidade da resistência de união (RU) de sistema adesivo convencional (SAC) aplicado à dentina seca ou úmida. Trinta e dois terceiros molares humanos hígidos foram selecionados. Suas superfícies de dentina foram condicionadas com ácido fosfórico, lavadas e secas com papel absorvente, mantendo-se a dentina úmida. As amostras foram divididas em dois grupos de acordo com o a ausência ou presença de PT com solução aquosa de ECV a 0,2% por 5 minutos, e posteriormente subdivididos em dois grupos (n=8) de acordo com a técnica de adesão à dentina: úmida (papel absorvente) ou seca (jato de ar). Em seguida, foi aplicado SAC (Adper Single Bond 2, 3M ESPE) e os fragmentos foram restaurados com resina composta nanoparticulada. Os blocos de resina-dentina foram seccionados em amostras em forma de "palito" (área de 1 mm2), que foram aleatoriamente armazenados em solução que simula o fluido biológico por 24 h ou 12 meses. Após os períodos, as amostras foram submetidas ao teste de RU por microtração, em máquina universal de ensaios (0,5 mm/min) e avaliação de modo de falha (MF). Os dados de RU foram submetidos à ANOVA a três critérios para blocos casualizados e os dados de MF (em %) ao teste Exato de Fisher com nível de significância de 5%. Observou-se que em dentina seca, a RU foi significativamente superior na presença de PT com ECV do que sem PT (p<0,05). Em dentina úmida, a presença de PT com ECV não influenciou a RU (p<0,05). Na ausência de PT, a RU foi significantemente maior em dentina úmida do que seca. Na presença de PT com ECV, observou-se valores de RU estatisticamente semelhantes entre a dentina úmida e seca (p>0,05). Em todos os grupos, observou-se que o tempo de armazenamento não influenciou a RU (p>0,05). Não houve associação significativa entre o modo de falha e o grupo (p>0,05). O modo de falha adesiva teve maior prevalência. Conclui-se que em dentina seca, o PT com ECV favoreceu a resistência de união de SAC, enquanto em dentina úmida não houve diferença na RU ao se aplicar ou não PT. A técnica de adesão úmida, na ausência de PT, proporcionou resistência de união superior à dentina seca. Houve estabilidade da resistência de união do sistema adesivo convencional ao longo do tempo.
Palavras-chave: Camada híbrida, Chá-Verde, Resistência à tração. Ver menos