Traumas dentários na dentição decídua são muito prevalentes e muitas vezes exigem um cuidado odontológico imediato, uma vez que pode afetar não só o dente decíduo como também o dente sucessor permanente. O presente relato apresenta um caso de traumatismo dentário na dentição decídua com procura tardia por atendimento odontológico e o respectivo tratamento proposto, evidenciando a importância do acompanhamento do tratamento até a erupção do dente permanente sucessor. Paciente do sexo masculino, 5 anos de idade, foi atendido na clínica de Odontopediatria da Faculdade São Leopoldo Mandic São Paulo, um ano após a ocorrência de um trauma nos incisivos centrais superiores decíduos. Os pais não procuraram atendimento imediato e o paciente não tinha queixa de dor. O dente 51 apresentava alteração de cor, fístula e lesão periapical na imagem radiográfica. O dente 61 não apresentava alterações. O tratamento proposto foi pulpectomia do dente 51 seguida de restauração com resina composta e acompanhamento periódico. Os pais foram orientados para voltar nos retornos de controle, porém não retornaram às consultas de acompanhamento. Seis meses depois, a mãe retornou com o paciente queixando-se do aparecimento de nova fístula sobre o dente 51 e com sintomatologia dolorosa. O dente apresentava-se sem a restauração, com fratura corononária, mobilidade e o canal radicular exposto há mais de um mês. A radiografia mostrou moderada reabsorção radicular. Foi necessária a realização de exodontia do dente 51. Este relato de caso reforça a importância do correto diagnóstico e acompanhamento regular para alcançar prognósticos favoráveis. O controle clínico e monitoramento radiográfico são essenciais para o sucesso do tratamento. Ver menos