A expressão de hipomineralização-molar-incisivo (HMI) foi sugerida para descrever uma alteração qualitativa do esmalte de origem sistêmica que se apresenta como opacidades demarcadas de extensão e gravidade variáveis e que afeta um a quatro primeiros molares permanentes, frequentemente afetando também os incisivos permanentes. Como possíveis causas de hipomineralização-molar-incisivo, são citados fatores de natureza sistêmica como as doenças respiratórias e as complicações no parto, entre outros. A severidade e a extensão da lesão variam de acordo com o indivíduo, podendo atingir um ou todos os primeiros molares permanentes. A melhor idade para um diagnóstico correto é oito anos, pois nesta fase, todos incisivos permanentes e os primeiros molares permanentes estão totalmente erupcionados. A presença de lesões de hipomineralização-molar-incisivo leva a diversas consequências, como: rápido desenvolvimento de lesões cariosas, perda precoce de esmalte, fratura dentária, sensibilidade dentária, dificuldade de anestesiar, e a necessidade de recorrentes e extensivos tratamentos nos casos mais severos. O objetivo do presente estudo é relatar o caso clínico de uma paciente do sexo feminino, oito anos de idade, com diagnóstico de hipomineralização molar-incisivo, que apresenta alterações de esmalte moderadas nos incisivos superiores e destruição coronária de alguns elementos posteriores, que foi submetida a tratamentos restauradores e acompanhamento clínico durante o período de 17 meses. A abordagem da lesão de hipomineralização molar-incisivo com aplicação da resina infiltrante demonstrou efetividade na manutenção da integridade do elemento acometido, devendo ser considerado como mais uma alternativa de tratamento não invasivo para esse tipo de lesão. Alternativas restauradoras mais invasivas podem ser consideradas a longo prazo. Fica evidente a relevância para a prática clínica atual a necessidade de mais estudos e conhecimentos a respeito da hipomineralização molar-incisivo. Ver menos