Impacto da pandemia de covid-19 no diagnóstico do câncer de mama no sistema de saúde do Brasil [recurso eletrônico]
Tisuko Sinto Rinaldi
Dissertação
Português
Campinas : [s.n.], 2022.
50f. : il.
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic.
Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia causada pelo COVID-19 no diagnóstico, rastreamento, estadiamento e tempo para início de tratamento do câncer de mama no país, a partir de dados oficiais, no período pré-pandemia e durante a pandemia. Um dos países com maior taxa de incidência e de mortalidade...
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Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia causada pelo COVID-19 no diagnóstico, rastreamento, estadiamento e tempo para início de tratamento do câncer de mama no país, a partir de dados oficiais, no período pré-pandemia e durante a pandemia. Um dos países com maior taxa de incidência e de mortalidade causada pelo COVID-19, as medidas restritivas tiveram duração de 17 meses, quando os serviços de saúde funcionaram de forma irregular, inclusive na realização de exames preventivos para o câncer de mama. Método: Estudo observacional descritivo transversal de usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) que realizaram exames de mamografia ou que tiveram diagnósticos do câncer de mama feitos entre janeiro de 2017 a julho de 2021, com dados atualizados em 24 de abril de 2022. Os dados foram obtidos a partir dos sistemas de informação ambulatoriais e hospitalares do Ministério da Saúde. As variáveis individuais e resultados de exames foram comparados com anos anteriores e calculados o número médio previsto de mamografias e de câncer de mama e feitas análises estimativas dos efeitos nos próximos anos. Resultados: A curva ascendente do número de mamografias no país sofreu queda abrupta em abril de 2020 de 41% dos exames previstos, sendo 41% de mamografias de diagnóstico e 43% de exames de rastreamento. Mais mulheres com sinais e sintomas de câncer de mama fizeram exames em relação aos anos anteriores O impacto não foi homogêneo no país, apesar da região Norte e Nordeste terem declínio menor, todas reduziram entre 41% a 51%. Mulheres com história familiar positiva fizeram apenas 41% dos exames esperados. Apesar do aumento de 4% nos casos de câncer de mama, foi -1% do previsto. Dentre as mulheres que tiveram a doença, 25% tinham menos de 30 anos e 9% de 31 a 49 anos, faixas etárias não priorizadas no programa de rastreamento. Os casos mais graves (T3 e T4) superaram as formas com melhor prognóstico e houve retardo no tempo para início de tratamento. Pacientes sem tratamento registrado aumentaram 73%. Conclusão: A vigilância e prevenção de tumores mamários construídas ao longo das últimas décadas sofreu grande revés no período de medidas restritivas no Brasil. Houve redução de mais de 40% de mamografias de rastreamento e de diagnóstico, aumento de resultados sugestivos de malignidade (BI-RADIS ® 3 e 4) e detecção de formas mais graves do câncer de mama (T3 e T4) que passou a ser dominante no país. 41% de mulheres suscetíveis com casos positivos na família deixaram de fazer a mamografia e mais de 400 mulheres por mês com exame alterado não compareceram para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Um terço das pacientes com câncer de mama diagnosticados tinham abaixo de 49 anos e cálculos iniciais preveem mais de 4.000 casos não diagnosticados, o que significará uma outra epidemia.
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