Desordens Temporomandibulares (DTM) constituem um grupo de afecções biopsicossociais caracterizado por condições dolorosas e disfunção nos músculos da mastigação e da articulação temporomandibular (ATM). A dor relacionada à DTM é crônica, flutuante e, para a maioria das pessoas, de intensidade leve a moderada, que gera implicações negativas no contexto social e afetivo. A consciência da relação entre a incapacidade e a intensidade da dor e perfil cognitivo-comportamental do paciente pode fornecer informações valiosas que podem ser usadas para predizer o prognóstico e a efetividade do tratamento. Cinesiofobia é definida como medo excessivo, irracional e debilitante do movimento resultante de um sentimento de vulnerabilidade a uma injúria dolorosa. Catastrofização refere-se a processos mentais de percepção negativa frente ao estímulo de dor e ambos tem sido referidos como fatores que influenciam na habilidade de lidar com a dor e determinam o quanto o indivíduo torna-se ou permanece incapacitado. O presente trabalho propõe-se a correlacionar os índices de cinesiofobia e de catastrofização nos indivíduos com dor relacionada à DTM, avaliar nestes o grau de cinesiofobia e de pensamento catastrófico e sua possível influência no desenvolvimento de condições de persistência e de incapacidade associadas à dor. Foram avaliados 117 indivíduos classificados com um ou mais subtipos de DTM segundo o DC/TMD que responderam a um questionário sociodemográfico e a instrumentos validados que avaliam a cinesiofobia (TSK/TMD-Br), a catastrofização (B-PCS) e a persistência e a incapacidade relacionada à dor (EGDC-Br). Após a aplicação dos testes estatísticos, observou-se uma correlação moderada positiva entre os escores da escala TSK/TMD-Br e da escala B-PCS. Considerando o diagnóstico de DTM e a EGDC-Br, encontrou-se diferenças significativas quanto ao nível da incapacidade entre as médias de DTM muscular e DTM muscular/articular. A maioria dos indivíduos apresentou dor persistente, de alta intensidade e baixa interferência (grau II), mas não houve diferença significativa entre a persistência, grau e interferência da dor e grupo de DTM. Houve correlação entre os comportamentos de cinesiofobia e catastrofização nos indivíduos com DTM, sem diferença estatística dentre os grupos de DTM quanto a condição de cronicidade/persistência da dor por DTM, embora tenha sido detectada incapacidade significativa nos diagnósticos de DTM muscular e DTM muscular/articular. Ver menos