A doença periodontal é uma doença inflamatória, induzida por biofilme bacteriano e modulada por respostas imune-inflamatórias do hospedeiro, que determinam a instalação e a progressão da doença no indivíduo. Essa relação entre biofilme e resposta do hospedeiro é modulada por fatores intrínsecos e extrínsecos, como gravidez e tabagismo, podendo provocar um desequilíbrio no ambiente periodontal e disbiose, e com isso, afetar o desenvolvimento da doença periodontal. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do tabagismo no microbioma subgengival de pacientes gestantes. Foram coletadas dados clínicos e amostras de biofilme subgengival de 26 gestantes (12 gestantes fumantes e 14 gestantes não fumantes). O DNA bacteriano foi extraído, a região 16S rRNA foi sequenciada e os dados analisados com ferramentas de bioinformática. Dados microbiológicos foram avaliados por meio da diversidade alfa (métrica de Shannon), beta (unweighted Unifrac), e pela abundância diferencial das espécies (DESeq2). Clinicamente, menores índices de sangramento a sondagem foram observados em pacientes fumantes. Não foi encontrado diferença estatística na diversidade alfa e beta entre os grupos. Foram identificadas 74 espécies diferencialmente abundantes, sendo 13 mais abundantes no grupo gestantes e 61 no grupo gestantes fumantes. Entre essas espécies mais identificadas no grupo gestantes fumantes estavam várias espécies do complexo vermelho e laranja, associadas à doença periodontal. Foi possível concluir que o tabagismo não causou alterações na diversidade microbiana de gestantes, apesar de provocar um aumento na abundância de espécies associadas à doença periodontal. Ver menos