O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do pré-tratamento da dentina intrarradicular com solução aquosa ou alcóolica de epigalocatequina galato 0,2% na estabilidade de união de pinos de fibra de vidro, avaliados após 48 horas e 180 dias de armazenamento em água, nos diferentes terços. Foram utilizadas 40 raízes de incisivos bovinos que tiveram seus condutos obturados endodonticamente e preparados para cimentação dos pinos de fibra de vidro (PFV). Previamente a cimentação, os PFV (Reforpost nº 3, Angelus) receberam condicionamento com ácido fosfórico 37% por 30 segundos e agente silano por 1 minuto. As raízes, após receberem o condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, foram aleatoriamente divididas em 4 grupos (n=10) de acordo com a solução de pré-tratamento dentinário empregada, aplicada no interior do canal radicular por 60 segundos: 1) Solução aquosa de (EGCG) 0,2%, 2) Solução alcóolica de EGCG 0,2%, 3) Solução de álcool absoluto e 4) nenhuma solução aplicada (controle negativo). O sistema adesivo (Single Bond Universal, 3M ESPE) e agente de cimentação resinoso dual (RelyX Ultimate, 3M ESPE) foram aplicados de acordo com as instruções do fabricante. As raízes foram cortadas, obtendo-se duas fatias de 0,7 mm correspondentes aos terços cervical, médio e apical, divididas de acordo com o período de armazenamento: 48 horas e 180 dias. Cada fatia foi submetida ao ensaio de push-out em máquina universal de ensaios e após, o modo de fratura foi classificado em scores. Para a análise foram utilizados testes não paramétricos de Kuskal Wallis, para as comparações entre os grupos Friedman e Nemenyi, para as comparações entre os terços e tempos, o teste de Wilcoxon e exato de Fisher. Para os resultados do modo de fratura, foi utilizada estatística descritiva, considerando o nível de significância de 5%. Após 48 horas, não houve diferença significativa entre os grupos quanto à resistência de união (p>0,05). Após 6 meses, o grupo controle apresentou menor resistência no terço apical do que no terço médio (p<0,05). Também após 6 meses, o grupo com álcool absoluto apresentou menor resistência no terço apical do que nos terços cervical e médio (p<0,05). Conclui-se que os pré-tratamentos dentinários propostos não influenciaram a resistência de união imediata e modo de falha à dentina intrarradicular. Em longo prazo, a resistência de união diminuiu no terço apical da dentina intrarradicular que não recebeu pré-tratamento ou que recebeu pré-tratamento com álcool absoluto. Ver menos