O presente trabalho avaliou a resistência de união imediata e após 90 dias de armazenamento entre uma resina composta e uma cerâmica à base de dissilicato de lítio, tratada com um primer autocondicionante Monobond Etch and Prime (MEP) em comparação com a técnica convencional de cimentação adesiva, através do teste de microtração. Foram usados 40 amostras de cerâmica à base de dissilicato de lítio (IPS e-max CAD) com dimensões de 12 x 7 x 6 mm e 40 amostras de resina composta (Llis, FGM) que foram confeccionadas a partir de uma matriz metálica previamente fabricada nas dimensões de 12 x 7 x 3 mm. Após a confecção, as amostras de cerâmica foram divididas em 2 grupos. No grupo 1 (n=20) foi utilizada a técnica convencional de tratamento de superfície com aplicação do ácido fluorídrico 10% seguida do agente silano (Monobond N). No grupo 2 (n=20) foi utilizado o MEP. Para a cimentação, as amostras de cerâmica foram fixadas num dispositivo de acrílico e cimentadas nas de resina com o cimento resinoso Variolink Esthetic LC. A fotopolimerização (Fotopolimerizador Radii-Cal, SDI) foi realizada por 40 s em cada superfície exposta do conjunto, totalizando 200 s de ativação. O conjunto cerâmica/cimento/resina composta foi seccionado para obtenção dos corpos de prova (palitos). Os palitos dos grupos 1 e 2 foram subdivididos em A e B e foram armazenados em microtubos do tipo eppendorf com 1,5 ml de água destilada, para a realização dos testes de microtração. No grupo A, o ensaio mecânico de microtração ocorreu após 24 h de armazenamento e no grupo B após 90 dias de armazenamento. Para o ensaio de microtração, a área de cada palito foi mensurada com um paquímetro digital e um dispositivo contendo o palito foi posicionado na máquina universal de ensaio mecânico (EMIC). Cada corpo de prova foi submetido à tração com velocidade de 0,5 mm/min até o rompimento da união. Após o ensaio mecânico, uma lupa estereoscópica (Microscopia óptica ZEISS MC 80 DX) com 50 vezes de aumento foi utilizada para examinar as superfícies fraturadas dos palitos e determinar o padrão de falha na interface cerâmica/cimento/resina. Assim, a falha foi classificada em: adesiva, coesiva ou mista. Os dados foram analisados pelo teste ANOVA, seguido pelo teste de Tukey. O armazenamento durante 90 dias diminuiu os valores da resistência de união nos grupos 1 e 2. Quando o tratamento da superfície cerâmica foi avaliado, não foram encontradas diferenças entre os grupos independente do armazenamento. De acordo com o padrão de falha obtido, pode-se observar que após 24 h a principal falha foi a do tipo mista, entretanto após 90 dias de armazenamento a principal falha foi a do tipo adesiva. Constatou-se que a utilização do primer autocondicionante MEP apresentou valores de resistência de união similares à técnica convencional e o armazenamento pode diminuir os valores da resistência de união. Ver menos