As reconstruções ósseas são frequentemente necessárias na Odontologia. Dentre várias modalidades de aumento ósseo, destaca-se a regeneração óssea guiada, que por meio da aplicação de uma membrana, reabsorvível ou não reabsorvível, promove-se a consolidação dos defeitos ósseos mais aprimorada. Segundo a literatura, a estimulação da regeneração tem sido alcançada com a aplicação de estímulos químicos e físicos. Dentre eles, a ozonioterapia tem se mostrado uma promissora alternativa no tratamento de várias patologias, devido a seus potenciais benefícios antimicrobianos e bioestimulantes, contribuindo para a aceleração do processo de cicatrização. Porém, ainda não há evidências suficientemente robustas da eficácia da referida terapia como adjuvante no processo de reparo ósseo. Assim sendo, este estudo in vitro teve o objetivo de avaliar o efeito da ozonioterapia aplicada em veículo aquoso na proliferação, viabilidade e mineralização de células osteoblásticas cultivadas em diferentes membranas utilizadas para regeneração óssea guiada (ROG). Os osteoblastos (SAOS-2) foram cultivados sobre as membranas Bio-Gide, Lyostypt e Cytoplast e receberam dose única de O3 aquoso (60 µg/mL), sendo avaliados em intervalos de 1, 2, 3, 7 e 14 dias. As análises de proliferação e viabilidade celular, foram feitas por meio de contagem manual em hemocitômetro, bem como, análise quantitativa da mineralização por vermelho de alizarina e qualitativa por imagens histológicas, tendo como fatores de estudo (analítico experimental multifatorial) o tipo de membrana (reabsorvíveis de colágeno bovino e porcino e não reabsorvível de politetrafluoretileno), ozonioterapia (com ou sem O3) e o tempo. As comparações entre os grupos foram realizadas usando ANOVA e teste de Tukey (p<0,05). Os resultados mostraram que não houve diferença significativa na proliferação, viabilidade e mineralização entre as membranas reabsorvíveis, corroborado nas fotomicrografias qualitativas entre as membranas colagênicas, ao passo que a membrana não reabsorvível mostrou desempenho inferior quanto à formação de matriz mineralizada. O ozônio não teve influência significativa nas variáveis dependentes estudadas. Em conclusão, as membranas à base de colágeno mostraram-se equivalentemente biocompatíveis e superiores à membrana não-reabsorvível em termos de proliferação, viabilidade e mineralização. O ozônio não exerceu efeito adicional significativo, ressaltando que as membranas, individualmente, já são estímulos suficientes para uma ROG aprimorada. Ver menos