Os sons consonantais fricativos estabelecem uma relação direta com as estruturas dentárias, pois provocam constrições entre a língua, os lábios, os dentes e o palato, causando turbulência ao fluxo de ar expiratório através do estreitamento do trato vocal. Tais sons são utilizados em testes fonéticos pela Odontologia e considerados métodos complementares confiáveis na determinação da estética facial e dentária. As consoantes fricativas labiodentais auxiliam na determinação da proporção do comprimento dental dos dentes anteriores. As consoantes fricativas alveolares podem servir como parâmetro ao ajuste da dimensão vertical de oclusão. E os sons fricativos pós-alveolares auxiliam no ajuste da espessura destes durante o processo de reabilitação oral. O objetivo do estudo foi descrever, por meio da avaliação perceptivo-auditiva, as características fonético-articulatórias e seus correlatos acústicos dos sons fricativos, em indivíduos com diminuição da dimensão vertical de oclusão, desde o início à finalização do processo reabilitador oral. Participaram 09 adultos (02 homens e 07 mulheres), idade média de 55 anos de idade. A coleta da fala foi realizada em 6 fases consecutivas do tratamento T0 (inicial), T1 (previsibilidade estética), T2 (execução), T3 (reavaliação), T4 (finalização) e T5 (proservação), seguindo o fluxograma odontológico. Foi aplicado o roteiro RAFRO inspirado no protocolo VPAS de Laver (1980). Os gestos articulatórios dos fonemas fricativos apresentaram modificações durante a reabilitação oral total, sendo a tensão muscular, a postura da mandíbula e da língua, as ocorrências mais significativas. Aparentemente há uma associação entre a diminuição vertical de oclusão e os fonemas fricativos; o fonema /s/ é o som mais alterado no processo de reabilitação oral, seguidos pelos fonemas /f/ e /z/.

Palavras-chave: Acústica da fala. Percepção auditiva. Reabilitação bucal. Ver menos