A estabilidade primária do implante é uma das partes mais críticas para a osseointegração. Alguns pontos como a técnica cirúrgica, a quantidade, a qualidade óssea e o desenho do implante afetam diretamente esse travamento mecânico, pela alteração da área de contato osso-implante. Nesse sentido, alguns instrumentos cirúrgicos estão disponíveis no mercado odontológico, com intuito de aumentar a densidade óssea na osteotomia. A técnica tradicional de fresagem da osteotomia de um implante osseointegrado é de subtração de osso e escalonada por uma sequência de fresas cirúrgicas. Na prática clínica, muitos profissionais lançam mão de subinstrumentação com intuito de preservar osso e gerar um maior travamento inicial. Seguindo esse conceito, de preservação do osso, foram lançadas em 2014 pela empresa Versah LLC., as brocas Densah, que quando utilizadas em rotação anti-horária promovem a formação do sítio cirúrgico por compactação e sem subtração de osso nos casos de baixa densidade, técnica denominada de osseodensificação. Recentemente novos instrumentos de preparo de osteotomia foram lançados com função de alargadores ósseos denominadas Bone Expander (Maximus, Minas Gerais/Brasil), que também atuam por expansão e compactação óssea. A manutenção do osso durante a osteotomia melhora a densidade óssea, levando ao aumento do contato osso-implante, da estabilidade primária e à diminuição do tempo de cicatrização. A fim de verificar a influência na estabilidade primária pelo uso desses instrumentos, o presente trabalho busca comparar três sistemas de fresagem para a obtenção da osteotomia de um implante osseointegrado STRONG SW CM 3,5x8,5mm (SIN). Para tal, inicialmente foram selecionados pedaços de costela bovina fresca similares e com baixa densidade, onde foram realizados cinco osteotomias para cada sistema de fresagem: a- fresa do sistema do implante (controle), b-fresa de Osseodensificação (Densah Burs ) e c- fresas alargadoras ósseas Bone Expander (Maximus). Para avaliar a microarquitetura óssea, foram obtidas imagens de microtomografia, onde cada osteotomia foi analisada no sentido sagital em três pontos: cervical, corpo e apical. Em seguida, oito novas fresagens para cada técnica foram realizadas e os implantes instalados ao nível ósseo seguindo as recomendações de cada sistema. Posteriormente, com o uso de um torquímetro digital INSTRUTHERM TQ-680, cada implante teve seu travamento inicial aferido. Após análise estatística, na verificação da microtomografia, ao nível da região cervical de cada fresagem, é identificado diferença estatisticamente significativa para o grupo experimental Bone Expander em relação ao grupo controle, percebido através dos parâmetros BV e BV/ TV. O grupo experimental Versah não apresentou diferença estaticamente significativa para o grupo experimental Bone Expander em nenhum dos parâmetros ósseos verificados na microtomografia. Na verificação de torque de inserção, a análise estatística demonstrou similaridade aos achados nas análises dos parâmetros ósseos pela microtomografia. O grupo experimental Versah não apresentou diferença estaticamente significativa para o grupo experimental Bone Expander e nem para o grupo controle. A técnica com a utilização de alargadores ósseos Bone Expander apresentou indicativo de promover melhores torques de inserção dos implantes quando comparados a técnica de fresagem subtrativa do grupo controle.
Palavras-chave: Implantes dentários. Osteotomia. Osseointegração Ver menos