O desenho dos implantes é fundamental para a obtenção de estabilidade primária, influenciando decisivamente na sua taxa de sucesso. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, comparativamente, a estabilidade primária de um implante com nova macrogeometria em relação a um implante cilíndrico com conicidade apical, em diferentes densidades ósseas, tipo I e tipo IV, com sub e sobre instrumentação. Foram utilizados 60 implantes usinados 4.0 x 10 mm do tipo cone Morse, os quais foram divididos em 2 grupos: T-teste (n=30), implantes cônicos com câmara coletora apical (SWE), e o C-controle (n=30), implantes cilíndricos sem esta câmara (XP), ambos de um mesmo fabricante. Estes foram subdivididos em 12 subgrupos (n=5) de acordo com o implante, tipos ósseos utilizados e técnica de instrumentação, sendo: T?, T?, T? e C?, C?, C? para osso tipo I; enquanto T?, T?, T? e C?, C?, C? para o osso tipo IV, com técnica de instrumentações diferenciadas pelo diâmetro final da última fresa: sub instrumentada (3,2mm), regular (3,6mm) e sobre instrumentada (4,2mm) para ambos tipos ósseos, respectivamente; sendo parcial a sobre instrumentação no comprimento necessário para observar o desempenho da câmara coletora. Como similar ósseo foram utilizados blocos de espuma de poliuretano, sem cortical óssea com densidades: alta (Tipo I, 40 PCF) e baixa (Tipo IV, 10 PCF). Todos os implantes foram inseridos sem qualquer intercorrência ao nível ósseo nos corpos de prova sempre pelo mesmo operador previamente calibrado sendo este operador diferente daquele que realizou as perfurações, em seguida avaliou-se a estabilidade primária através do torque de inserção com torquímetro digital e análise de frequência de ressonância. Os dados obtidos foram correlacionados entre os tipos de variáveis. As análises intragrupos e intergrupos foram comparadas através de teste estatístico ANOVA e Teste de Tukey com nível de significância de 5%. Os resultados estatísticos em relação ao torque de inserção demonstraram que na comparação entre os subgrupos T? (76.66±7.59) e o C? (62.90±4.32), como também T? (4.26±1.26) e o C? (4.12±0.42) não apresentaram diferença estatística para a macrogeometria em ambos tipos ósseos; quando comparados os mesmos grupos correlacionando a densidade óssea houve diferença significativa, com maiores valores para osso tipo I. Comparando as técnicas de instrumentações para os subgrupos T? (100,40 ±1,92) e o C? (103,80±5,28), assim como para o T? (36.00±7.20) e o C? (25.40±1.12) para o osso tipo I; como também o T? (3.46±0.23) e o C? (4.48±0.46), e o T? (3.84±0.41) e o C? (4.52±1.38) para o osso tipo IV; apresentaram diferença significativa para o osso tipo I, com maiores torques para sub instrumentação, não havendo relevância estatística para o osso tipo IV. Para a análise de frequência de ressonância não houve diferença significativa para as variáveis correlacionadas. Em blocos de poliuretano, concluiu-se que a modificação da técnica de instrumentação com redução do diâmetro da fresagem final no substrato ósseo tipo I assim como o aumento da densidade óssea influenciaram no aumento do torque final dos implantes teste e controle, não havendo dados estatísticos significantes para as geometrias dos implantes testados.
Palavras-chave: Implante dentário. Torque. substitutos ósseos. Ver menos