A terapia pulpar em dentes decíduos almeja a manutenção do dente no arco sem prejuízo ao sucessor permanente. Além disso, tratamentos que causem menos dor e desconforto aos pacientes são um desafio na odontopediatria. O objetivo deste estudo foi avaliar o desconforto relatado por crianças submetidas a tratamento endodôntico com duas técnicas distintas, antes e após o procedimento clínico. Para isso, foi realizado um estudo clínico randomizado controlado e cego (paciente), cuja amostra foi constituída por 48 molares decíduos em 48 crianças de 3 a 6 anos de idade. Uma vez verificados os critérios de elegibilidade, os sujeitos foram divididos aleatoriamente em dois grupos: dentes tratados endodonticamente com pasta iodoformada (grupo controle n=24) e com pasta antibiótica (grupo teste n= 24). O tempo consumido durante o procedimento foi cronometrado e a intensidade do desconforto foi reportada pelos pacientes através da escala de faces de Wong-Baker modificada. Para comparar o desconforto reportado entre os grupos após o tratamento realizou-se o teste de Mann-Whitney e para verificar se o tratamento adotado impacta no desconforto final do paciente realizou-se o teste de Wilcoxon. O tempo consumido para cada técnica endodôntica foi comparado por meio de teste t de Student para amostras independentes. Para todas as análises o nível de significância foi de 5%. Apesar de os molares tratados com pasta iodoformada terem consumido maior tempo clínico de tratamento, não foram encontradas diferenças entre os grupos com relação ao desconforto final diante da técnica endodôntica realizada. Além disso, dentro do mesmo grupo não foi verificada alteração do desconforto reportado antes e depois do tratamento endodôntico. Sendo assim, conclui-se que a técnica endodôntica empregada parece não impactar no desconforto reportado pelo paciente.
Palavras-chave: Dente Decíduo. Endodontia. Odontopediatria. Pulpectomia. Ver menos