O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar: a) a liberação de força de fios ortodônticos contendo ou não cobre em sua composição em diferentes distâncias de deflexão antes e após realização de ciclagem mecânica; b) o momento da deformação plástica dos fios ortodônticos após realização de ciclagem mecânica e, c) a micromorfologia da superfície dos fios ortodônticos do bráquete antes e após a realização da ciclagem mecânica. Foram utilizados fios ortodônticos de cinco empresas: RMO (FLI CuNiTi 27, 0,016' -Denver, Co, EUA); Orthometric (FLEXY NiTi Copper, 0,016'- Marília, SP, Brasil); Ormco (Damon Cu NiTi, 0,016"-Orange, CA, EUA); Aditek (Cooper NiTi 35, 0,016'-Cravinhos, SP, Brasil); Eurodonto (Cobre NiTi 27, 0,016" - Curitiba, PR, Brasil) e Aditek (NiTi termoativado, 0,016"- Cravinhos, SP, Brasil). Segmentos de 3,0 cm de comprimento obtidos da porção posterior retilínea dos fios foram submetidos aos ensaios mecânicos de liberação de forças por deflexão antes e após a ciclagem mecânica. Os ensaios de deflexão foram realizados com uso de bráquetes Roth de incisivo central superior 0,22 x 0,28 (Morelli, Sorocaba, SP, Brasil), em máquina universal de ensaios mecânicos (EMIC DL 10000, EMIC, São José dos Pinhais, PR, Brasil), com dispositivo para ensaios de flexão de três pontos. Os valores foram registrados em gramas-força (gf), medindo-se a força liberada ao defletir os fios com distância de 1,0, 1,5, 2,0, 3,1 mm durante o carregamento. Para o ensaio de ciclagem mecânica, utilizou-se o mesmo dispositivo, com frequência de 60 ciclos por minuto e deslocamento máximo de 3,1 mm. Interrompeu-se a ciclagem após 100 e 200 ciclos para a realização do ensaio de deflexão, com exceção do fio CuNiTi 0,16"35º (Aditek) - para o qual os ciclos foram interrompidos após 10, 20 e 40 ciclos para os testes - e para o fio NiTi 0,16"(Aditek) - para o qual os ciclos foram interrompidos após 50 e 100 ciclos. Os ciclos foram interrompidos até serem observadas deformações permanentes no fio, exceto para o fio Damon Cobre NiTi 0,16" (Ormco), o qual não apresentou deformação até o total de 1000 ciclos. Foi realizada a caracterização micromorfológica dos fios por meio do microscópio eletrônico de varredura com aumento de 500 e 1000 vezes antes e após as ciclagens. Os ciclos mecânicos foram interrompidos antes de atingirem 10 ciclos para o fio CuNiTi 0,16" 35°(Aditek); 100 ciclos para o fio NiTi 0,16" (Aditek); 500 ciclos para os fios CuNiTi 0,16"27°(RMO) e Flexy CuNiTi 0,16"( Orthometric), os quais voltaram à forma inicial após 2 minutos, mas permaneceram deformados após 700 ciclos; 1000 ciclos para o de cobre NiTi 0,16" 27°(Eurodonto); e mais de 1000 ciclos para o fio Damon Cobre NiTi 0,16" (Ormco), o qual não apresentou deformação. Testes não paramétricos de Kuskal Wallis, Dunn e Friedman foram aplicados, verificando-se que, no tempo inicial, o fio sem cobre (Aditek) necessitou de maior quantidade de força que os outros contendo cobre. Após 100 ciclos, o fio Damon Cobre NiTi 0,16" (Ormco) apresentou altos valores no ponto de carregamento de 1,0 mm; no descarregamento (3,1 mm), apresentou valores mais baixos. Concluiu-se que: a) nenhum dos fios analisados apresentou fratura em decorrência da realização da ciclagem mecânica; b) houve deformações em diferentes momentos da ciclagem exceto o fio CuNiTI 0,16 da Ormco que não apresentou deformação; c) todos os fios apresentaram a superfície homogênea, sem rugosidade, rachaduras e erosões antes e após os ensaios.
Palavras-chave: Fios ortodônticos. Fadiga. Tração. Ver menos