O objetivo dessa pesquisa foi avaliar as alterações anatômicas do canal mandibular, por meio da avaliação de exames de TCFC de face estendida, associando ao respectivo tipo facial, idade, sexo e lado da face estudado. Foram analisadas 348 hemimandíbulas de 174 exames de TCFC de face estendida, previamente solicitados por indicação profissional, que não apresentaram histórico de trauma, lesões na arcada inferior, cirurgia ortognática ou reparadora na região posterior de mandíbula. O tipo facial dos indivíduos foi determinado através do índice VERT do traçado cefalométrico de Ricketts (1982). O trajeto do canal foi classificado em três tipos segundo Carten e Keen (1971): Tipo 1 (uma única grande estrutura que passa muito próximo aos ápices radiculares); Tipo 2 (o canal tem seu trajeto mais próximo à base mandibular); Tipo 3 (existência de um canal para a região posterior da mandíbula, enquanto um canal mais inferior percorre o ramo mandibular, atingindo a região anterior). Na presença de canais bífidos usou-se a classificação de Langlais et al. (1985) com quatro tipos: Tipo I (consiste nos canais mandibulares bífidos, que se estendem para a região de terceiro molar); Tipo II (canais mandibulares bífidos que se estendem ao longo do curso do canal principal unindo-se dentro do corpo da mandíbula); Tipo III (combinação das primeiras duas categorias); Tipo IV (consiste em dois canais cada qual originário de um forame mandibular que juntam-se formando um grande canal). Na visualização da morfologia e variações na região do forame mentual determinou-se três tipos: Tipo A: com presença de Loop Anterior e sem extensão anterior; Tipo B - ausência de Loop Anterior e com extensão anterior; Tipo C - com presença de Loop Anterior e extensão para anterior. Após a coleta, os dados foram analisados inicialmente por meio de tabelas de distribuição de frequências absolutas e relativas. As associações referentes ao tipo facial com a idade, sexo, lado da face (direito/esquerdo), e variações anatômicas do canal mandibular forma investigadas por meio dos Testes Qui-quadrado e Exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Os tipos faciais braquifaciais e mesofaciais apresentaram canal tipo 1 para 95,5%(n=166) da amostra, nos dolicofaciais 68,2% (n=45) apresentou canal tipo 2 e no tipo mesofacial observou-se menor prevalência 13,0% (n=23) de canal mandibular bífido do que nos outros tipos faciais. Quanto ao tipo de canal bífido, houve associação significativa apenas com o tipo facial (p<0,05), porém não se observou associação significativa com o tipo de loop anterior (p>0,05), no entanto, a maior prevalência observada tenha sido de loop anterior tipo A. Conclui-se que o tipo facial está significantemente associado ao trajeto e as variações morfológicas do canal mandibular independentemente do lado da face estudado, idade e sexo.
Palavras chaves: Anatomia. Mandíbula. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Ver menos