O objetivo deste trabalho foi avaliar o pré-tratamento dentinário com éster fenetílico do ácido cafeico (CAPE) nas concentrações de 0,05 ou 0,1%, seguido pelo uso de sistemas adesivos convencional de três passos ou de um autocondicionante de dois passos na resistência de união em longo prazo, bem como verificar o modo de fratura, as características micromorfológicas da camada híbrida formada e quantificar a metaloproteinase-2 (MMP-2) da dentina. Quarenta e oito terceiros molares hígidos tiveram a porção do esmalte oclusal e sua raiz removida. Os fragmentos da dentina coronal foram divididos em seis grupos (n=8) de acordo com o tipo de adesivo (Adper Scotchbond Multipurpose/ASB e Clearfil SE Bond/CSE) e tipo de tratamento (controle, CAPE 0,05% e CAPE 0,1%). Após a aplicação do sistema adesivo e tratamento ou não com o CAPE, bloco de resina composta foi confeccionado sobre cada elemento dental. Após 24 horas, foram obtidos fatias e palitos dos blocos de dentina e resina composta, para o teste de microtração e padrão de fratura e das características micromorfológicas da camada híbrida por microscopia eletrônica de varredura (MEV) da interface dente/restauração num período de armazenamento de 24 horas e 12 meses em armazenamento em água. Para a análise da quantificação da MMP-2 por imunoensaio, 100 terceiros molares tiveram sua dentina coronal reduzida a pó e alíquotas de 250mg foram distribuídas em doze grupos (n=4) de acordo com o tratamento para a determinação da concentração de MMP-2 por meio do Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA), com comprimento de onda de 450nm. A análise de variância (ANOVA) e o teste de Tukey (p<0,05) mostraram que o CAPE não influenciou a resistência de união e micromorfologia da interface da camada híbrida, independentemente dos sistemas adesivos e tempo de armazenamento. Para a análise de 24 horas, os grupos do ASB apresentaram resistência de união superior ao do CSE e diminuição após 12 meses. O CSE manteve sua resistência de união estável em ambos os períodos de análise. Mudanças no padrão de fratura, no tempo 24 horas, foram observadas, dependendo da concentração do CAPE e do sistema adesivo utilizado. Para o adesivo convencional, a presença do CAPE reduziu a quantidade de falhas coesivas e aumentou as falhas adesiva e/ou mista. Para o adesivo autocondicionante, o pré-tratamento com CAPE a 0,1% levou ao aumento de fraturas do tipo coesiva. Para o tempo de 12 meses, todos os grupos tiveram predomínio de falhas mistas. O teste de Tukey mostrou que o CAPE reduziu significativamente a concentrações da MMP-2 dentinária ao se utilizar adesivo convencional, principalmente quando aplicado previamente ao condicionamento ácido e na concentração a 0,1%. Não foi observada influência do CAPE sobre a concentração da MMP-2 para o adesivo autocondicionante. O CAPE pareceu agir favoravelmente ao sistema convencional, diminuindo a concentração da MMP-2, principalmente quando aplicado antes do condicionamento ácido, de forma estatisticamente significativa. O CSE reduziu a quantificação enzimática da MMP-2, independentemente da presença do CAPE.
Palavras-chave: Adesivos dentinários. Dentina. Resistência à Tração Ver menos